Camila Queiroz e Fabíula Nascimento no filme ’Uma Mulher Sem Filtro’ – Laura Campanella / Divulgação
Camila Queiroz e Fabíula Nascimento no filme ’Uma Mulher Sem Filtro’Laura Campanella / Divulgação
Publicado 10/09/2025 05:00
Rio – Tem estreia em dose dupla nas telonas! Com quase 30 anos de carreira, Fabiula Nascimento protagoniza o primeiro filme em “Uma Mulher Sem Filtro”, em cartaz nos cinemas. Com roteiro de Tati Bernardi e direção de Arthur Fontes, a comédia também marca a primeira personagem de Camila Queiroz em um longa-metragem e promove reflexões sobre autenticidade, rivalidade feminina e os limites da sinceridade.
Na história, Fabiula interpreta Bia, uma publicitária sobrecarregada, cercada por pessoas complicadas: um chefe machista, um marido folgado, um enteado insolente, uma melhor amiga narcisista e uma irmã bastante diferente.
A artista não esconde a felicidade com o primeiro papel de destaque nos cinemas. “Foi muito bem-vindo. Acho que demorou, não acho que foi na hora certa. Estou com 47 anos, com quase 30 de carreira. Acho que poderia ter vindo antes. Agora, é como se eu estivesse liderando o jogo”, diz.
E apesar da protagonista ter demorado, a expectativa é que venham muito mais personagens: “Nunca fiz uma avó jovem, nunca fiz a mãe de alguém que não seja adolescente ou criança, nunca fiz uma mulher workaholic, CEO de uma empresa. Tem muita personagem para vir ainda e acho que vem com mais força e maturidade”.
Mãe dos gêmeos Roque e Raul, de 3 anos, frutos do casamento com Emilio Dantas, ela ainda faz uma reflexão sobre a maternidade: “Acho que os filhos trazem um outro olhar mesmo para vida, para prioridade da gente”.
Emilio, inclusive, é quem dá vida ao marido preguiçoso de Bia na ficção. A escolha nasceu de um convite pessoal. “A gente estava em busca de um Antônio, e esse Antônio não podia ser qualquer Antônio. Tinha que ser um gato, que tivesse alguma diferença ali, que fizesse a Bia ficar. Eu falei: ‘amor, você faz um filme com a gente?’. Ele falou: ‘claro que eu faço’. Teve um convite/obrigação (risos). Foi muito bom estar com ele no set, foi um ganho pro filme”, relembra a atriz.
Chegada de Paloma e rivalidade
Na trama, a protagonista – em meio a uma má fase – ainda descobre que Paloma, influenciadora digital vivida por Camila Queiroz, ocupará o cargo de destaque que tanto almejou na empresa em que trabalha.
“No começo, a gente vê a Paloma como uma possível vilã, porque parece que ela está tirando o emprego da Bia só por ter seguidores. Mas depois percebemos que a Paloma entende do que fala, tem empatia e é fã da Bia. Ela realmente a admira. Isso é muito legal. A personagem ganha profundidade como influencer, algo que quase nunca vemos em outras situações”, destaca Camila.
Para viver a influenciadora, a artista mergulhou em diferentes referências. “Acho que misturei muita coisa, porque, infelizmente, as pessoas que fazem os conteúdos como a Paloma faz, geralmente não têm os números que ela tem. Então, fui buscando várias referências em pessoas que sigo. Hoje, por exemplo, a própria Tati, nossa autora, tem um podcast e também é uma influencer que fala de coisas muito legais. Então, fui bebendo em várias fontes para criar a Paloma”, diz.
Fabiula ressalta que em nenhum momento o texto do filme promove uma rivalidade entre as personagens. “Mostra apenas que ela (Paloma) chegou em um momento ruim da vida dela (Bia). Com o tempo, a relação das duas vai ficando clara, e entendemos o quanto a Paloma está ali só para agregar. Essa rivalidade é criada o tempo todo. Mas acho que, através do olhar da Bia, a relação delas muda muito”, observa a artista.
“Paloma nunca se mostrou contra a Bia. Pelo contrário, sempre foi apaixonada por ela, tem a Bia como referência. No fim, conseguimos ver como a rivalidade feminina, muitas vezes, é imposta de forma desnecessária”, complementa Camila.
A grande virada da protagonista na história ocorre quando Bia aceita uma sugestão de Paloma e passa por uma sessão esotérica com a Deusa Xana (Polly Marinho). Ao sair da consulta, ela começa a levar a vida com sinceridade, perde completamente os filtros e se dispõe a falar tudo o que pensa, sem medir as consequências.
Fora das telonas, as atrizes têm visões diferentes sobre esse comportamento. “Todo mundo gostaria de ser sem filtro, mas a verdade é que todos têm. Esse filtro social é altamente prejudicial, mas precisamos, com gentileza, enfrentar conversas difíceis, porque é delas que vem a evolução. Hoje em dia, ser sem filtro no trânsito e xingar alguém é como dar um tiro na cara. Não dá para agir assim. Sempre teremos que equilibrar. Mas acredito que agir com verdade é sempre o melhor caminho”, analisa Fabiula.
Camila opina: “Eu me considero uma pessoa que tem menos filtro na vida pessoal e mais filtro na vida profissional. Não dá para falar tudo o que a gente pensa o tempo inteiro. Eu adoraria, mas não dá. A gente precisa ter um limite”.
Além das duas, Samuel de Assis, Louise D’Tuani e Luana Martau são outros atores que estão no elenco do longa.