O pagamento por contactless tornou-se indispensável no dia a dia. Aproximar o cartão do terminal e concluir a compra em segundos, sem PIN para valores baixos, trouxe rapidez e comodidade. Mas também abriu portas a novos esquemas de burla. A mais recente burla envolve cartões contactless e já está a preocupar especialistas e autoridades em várias cidades europeias, pelo risco de esvaziar contas sem que a vítima se aperceba.
Como funciona o contactless
De acordo com entidades financeiras citadas pelo site de tecnologia Leak, esta tecnologia assenta no sistema NFC, que permite a comunicação entre cartão e terminal a poucos centímetros de distância. Para pagamentos até 50 euros, a transação é aprovada automaticamente. Acima desse valor, é necessário introduzir PIN.
Embora seja considerado seguro, o problema está na forma como os criminosos conseguem explorar a distração dos utilizadores e manipular a tecnologia para benefício próprio.
O novo golpe dos terminais escondidos
Segundo especialistas em cibercrime citados pela mesma fonte, os burlões usam terminais portáteis adulterados. Aproximam-se discretamente da vítima em locais movimentados, como transportes públicos, centros comerciais ou eventos, e escondem o terminal em mochilas ou casacos. Ao encostar o dispositivo ao bolso ou à mala onde está o cartão, conseguem processar uma transação em segundos.
Como os valores são inferiores a 50 euros, não é pedido PIN. Muitas vezes a vítima só descobre a burla horas depois, ao consultar o extrato bancário.
Porque este golpe preocupa
O que mais alarma as autoridades é o carácter quase invisível do esquema. Não há contacto físico, a transação é imediata e os montantes são baixos, escapando muitas vezes às notificações automáticas dos bancos. Há ainda relatos de burlões que utilizam tecnologia para ampliar o alcance do sinal NFC, tornando o golpe ainda mais difícil de evitar.
Casos já foram registados em Londres e Paris, sobretudo em estações de metro e aeroportos. Em Lisboa e Porto, ainda são raros, mas especialistas admitem que é uma questão de tempo até ganharem expressão.
Como se proteger
Existem medidas simples para reduzir o risco. As carteiras anti-RFID bloqueiam o sinal NFC, impedindo a leitura do cartão. Outra recomendação é ativar notificações para todas as transações, independentemente do valor, e definir limites mais baixos para pagamentos sem PIN.
Também é aconselhável guardar os cartões em locais menos acessíveis e privilegiar os pagamentos digitais no telemóvel, que exigem autenticação biométrica.
Conforto versus segurança
A tecnologia contactless é, no geral, segura e milhões de transações acontecem diariamente sem problemas. Ainda assim, este novo golpe partilhado pelo Leak serve de alerta: quanto mais prático é o sistema, maiores são as oportunidades para quem procura explorá-lo. A melhor defesa passa por estar atento e adotar pequenos cuidados que podem evitar grandes perdas.
Leia também: Falta-lhe isto no carro? Prepare-se para coimas de 2.500€, pontos perdidos e carro apreendido