O primeiro teste do novo capítulo foi ultrapassado. Depois dos mais de 14 anos de Rui Jorge à frente da Seleção Nacional Sub-21, Luís Freire estreou-se com uma goleada contra o Azerbaijão no primeiro jogo rumo ao próximo Campeonato da Europa do escalão. Esta terça-feira, o treinador português sabia que a goleada tinha de ter uma continuidade — não só para afirmação própria, mas também para afirmação do grupo.

Em Motherwell, Portugal visitava uma Escócia que estava praticamente obrigada a pontuar depois de ter perdido com a República Checa na jornada inaugural do apuramento para o Campeonato da Europa. “É um teste com outro nível de dificuldade. Queremos uma equipa dinâmica, que fure uma linha de cinco que quase de certeza surgirá. Temos de ser muito dinâmicos, móveis, reativos à perda da bola e capazes de disputar este jogo que, às vezes, vai ser mais de duelos”, começou por dizer Luís Freire na antevisão.

Freire trouxe uma chuva de golos no início da nova era: sub-21 goleiam Azerbaijão na estreia do novo selecionador

“O adversário pode utilizar dois sistemas, o 3x4x3 ou o 3x5x2, e pressionar com dois avançados ou com três jogadores na frente. A Escócia está sempre à procura de uma construção apoiada para depois conseguir explorar as costas da defesa. Temos de ter atenção na recuperação defensiva. Acredito que seja um jogo de quase tudo ou nada para eles, na perspetiva de não perderem o comboio das seleções que podem apurar-se para o Europeu. Para nós também é um jogo muito importante, porque queremos dar sequência à vitória que tivemos e fazer seis pontos em dois jogos”, acrescentou o treinador português.

Assim, no mítico Fir Park, Luís Freire apostava em Gustavo Varela e Rodrigo Mora no ataque, com Roger Fernandes e Geovany Quenda abertos nas alas e Diego Rodrigues e Mateus Fernandes no meio-campo, sendo que Mathias de Amorim e Afonso Moreira começavam no banco face ao jogo contra o Azerbaijão. Já Scot Gemmill lançava Emilio Lawrence e Adedire Mebude, dois avançados da formação do Manchester City, no setor mais ofensivo.

Numa primeira parte em que a superioridade nacional ficou clara, Portugal criou a primeira situação de perigo com um cabeceamento de Tiago Gabriel (8′). Diego Rodrigues também ameaçou a baliza contrária com um remate de fora de área que Ruairidh Adams encaixou (11′) e a Seleção Nacional acabou mesmo por abrir o marcador ainda dentro da meia-hora inicial: Quenda cruzou na direita e Mora, quase sozinho, apareceu a cabecear na área para marcar (19′). Ao intervalo, Portugal estava a vencer a Escócia em Motherwell e só permitiu um remate já em cima do fim da primeira parte, com João Carvalho a travar Kristi Montgomery (42′).

Nenhum dos treinadores mexeu ao intervalo e a equipa de Luís Freire não precisou de mais de dez minutos para aumentar a vantagem: Quenda recuperou a bola em zona muito elevada, Mora apareceu na área a assistir e Roger, com um bom remate em força, atirou sem oposição para se estrear a marcar por Portugal (55′). O treinador português fez a primeira substituição já depois da hora de jogo, trocando Diego Rodrigues por Gustavo Sá, e a Seleção foi gerindo o resultado sem grandes sobressaltos.

Mateus Fernandes foi expulso por acumulação de cartões amarelos já dentro dos últimos 20 minutos, deixando a equipa em inferioridade numérica e fomentando as entradas de Vivaldo Semedo e Mathias de Amorim, mas já nada mudou: Portugal venceu a Escócia em Motherwell e somou a segunda vitória em duas jornadas do apuramento para o Europeu Sub-21, liderando agora o Grupo B com seis pontos. E Rodrigo Mora, que não tem tido um mês fácil no FC Porto, aproveitou os dias na Seleção para marcar dois golos e somar outra assistência.