Em entrevista para CARAS Brasil, médico analisa Camila Moura sobre como a perda de peso pode influenciar no tratamento da doença
A influenciadora digital Camila Moura, ex-participante de A Fazenda 16, revelou que perdeu cerca de 40 kg em um processo de emagrecimento que descreve como transformador. Mais do que estética, ela destacou que a decisão foi motivada pela busca por saúde e autocuidado.
Durante essa jornada, Camila descobriu que tinha endometriose, o que exigiu tratamento contínuo e um compromisso ainda maior com seu bem-estar. Mas surge a dúvida: esse emagrecimento é realmente saudável?
Para esclarecer, a CARAS Brasil conversou com o médico João Branco, especialista em performance física e emagrecimento.
Doenças crônicas e emagrecimento: qual a relação?
Questionado sobre o diagnóstico de endometriose de Camila e como doenças crônicas podem interferir na perda de peso, o médico explicou:
“Prevenindo o aumento do peso e a obesidade você está fazendo com que doenças crônicas não transmissíveis — que são aquelas que não passam de pai para filho, mas sim por hábitos nocivos, como má alimentação, sedentarismo, sono ruim e vida muito estressante — sejam prevenidas no futuro. Principalmente diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, insuficiência vascular ou venosa”, diz o especialista.
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Ele alerta ainda para os riscos da obesidade a longo prazo: “A chave é tentar evitar que a obesidade torne a pessoa um doente no futuro, porque aí a qualidade de vida cai demais e pode até ocorrer uma questão de dependência física e motora, já que a pessoa pode ter um infarto, um AVC, entre outras complicações, conforme a idade vai avançando”, explica.
Emagrecimento pode ajudar no tratamento da endometriose?
De acordo com João Branco, perder peso pode sim ter um impacto positivo no tratamento da endometriose.
“Sabemos que o tecido gorduroso não é apenas um tecido de armazenamento calórico, ele também exerce uma função endócrina e metabólica”, afirma.
Ele detalha o papel do estrogênio na doença: “Uma das funções hormonais que ele [tecido gorduroso] pode influenciar é o aumento de uma enzima chamada aromatase, que aumenta a expressão do estrogênio”, explica.
“A pessoa obesa tem uma tendência a ter predominância estrogênica e o estrogênio é alimento da endometriose. Ao diminuir o tecido gorduroso reduz-se a expressão dessa enzima, o que faz com que o estrogênio não aumente tanto na corrente sanguínea e nos tecidos, dificultando a proliferação da endometriose”, acrescenta o médico.
Outro ponto importante é o uso da gestrinona, medicamento aprovado pela Anvisa para tratar a condição:
“Um dos hormônios que bloqueia a ação estrogênica nos tecidos é a gestrinona. Trata-se de um tratamento aprovado e autorizado pela Anvisa para quem tem endometriose. Quando essa condição causa prejuízos e sintomas dolorosos, precisa ser tratada”, afirma.
Ele reforça que a combinação entre tratamento médico e mudanças de hábitos é essencial: “Além disso, a causa de base pode ser o excesso de gordura. Portanto, o tratamento associado com a gestrinona e mudanças de hábitos alimentares e de estilo de vida é fundamental para tratar a endometriose”, conclui.
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