Sedentarismo foi tema do programa Brasil ODS, no mês de agosto; durante o programa, especialistas comentam os motivos do Brasil liderar ranking da América Latina e registra 300 mil mortes anuais relacionadas à inatividade física

Sedentarismo já mata cinco milhões de pessoas por ano no mundoImagem: Canva

Por Sabrina Azevedo

O sedentarismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um dos maiores problemas da sociedade moderna. O programa Brasil ODS trouxe para discutir essa questão Diego Giulliano Destro Christófaro, professor e André De Oliveira Werneck, pesquisador.

Estima-se que cerca de cinco milhões de pessoas morram todos os anos em decorrência de doenças associadas à falta de atividade física. Um terço da população adulta mundial é sedentária, segundo a OMS.

No Brasil, a situação é ainda mais alarmante, o país é o mais sedentário da América Latina e ocupa a quinta posição no ranking mundial. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 47% dos adultos brasileiros são sedentários, enquanto entre os jovens o índice chega a 84%.

Somente em território nacional, 300 mil pessoas falecem anualmente por doenças relacionadas ao sedentarismo. São Paulo lidera como a capital mais sedentária do país.

Especialistas alertam para riscos da inatividade física

Para debater os impactos do sedentarismo, o programa entrevistou o professor Diego Giulliano Destro Christófaro, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (FCT-Unesp), campus de Presidente Prudente, e o pesquisador André de Oliveira Werneck, do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP).

Werneck destacou a ausência de uma política nacional voltada exclusivamente para a atividade física.

“A atividade física é um fator de proteção contra diversas doenças e está diretamente ligada à qualidade de vida. Hoje, cerca de 30% dos adultos e quase 80% dos adolescentes no mundo não praticam os níveis recomendados. Isso é um grande problema de saúde pública”, afirmou.

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O pesquisador também ressaltou que a prática de atividade física está relacionada a diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como o ODS 3 (Saúde e Bem-estar), o ODS 5 (Igualdade de Gênero), o ODS 10 (Redução das Desigualdades) e o ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis).

“Existe uma desigualdade, na prática da atividade física, pessoas de maior renda e homens tendem a se exercitar mais do que mulheres e pessoas em situação de vulnerabilidade social”, completou.

Já Christófaro classificou o sedentarismo como o “mal do século”, relacionando-o ao estilo de vida moderno.

“Questões como medo da violência e rotina de trabalho dos pais fazem com que as crianças fiquem mais em casa, diante das telas, em vez de brincarem e se movimentarem. É preciso pensar em alternativas que incentivem a prática de atividade física desde cedo, inclusive como exemplo para os filhos”, destacou.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Além dos convidados, o Brasil ODS recebeu os colunistas Paulo AlmeidaGabriela Chabbouh e Nina Orlow, especialistas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Este programa colabora com o ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), cujo objetivo visa assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades.

Brasil ODS

O Brasil ODS é uma produção do Observatório do Terceiro Setor (OTS), apresentado por Joel Scala, que conta com o apoio da Fapesp — Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Ele vai ao ar às quintas-feiras no portal do OTS e às 16h na Rádio Brasil de Fato.