Nome bastante conhecido entre os headbangers, Blaze Bayley iniciou sua trajetória nos anos 1980, como vocalista da banda Wolfsbane. Sua grande chance veio na década seguinte, quando foi escolhido para assumir os vocais do Iron Maiden, posição ocupada entre 1981 e 1993 por Bruce Dickinson, um dos maiores cantores da história do heavy metal.
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Foto: Simon Fowler
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O primeiro disco do Iron Maiden com Blaze Bayley nos vocais é “The X Factor”. Lançado em outubro de 1995, o álbum apresenta uma sonoridade densa e sombria, como pode ser conferido em “Sign of the Cross” e “Man on the Edge”.
Escrita por Blaze em parceria com o guitarrista Janick Gers, “Man on the Edge” é acelerada e reflete um episódio complicado da vida do cantor. Em entrevista ao site Songfacts, ele explicou que a inspiração veio do filme “Falling Down” (no Brasil, “Um Dia de Fúria”), estrelado por Michael Douglas.
“Nesse filme, Michael Douglas vai trabalhar todos os dias porque está perdido. Mas ele não vai trabalhar: ele finge que vai trabalhar. Ele se veste, arruma a mala, faz seus lanches, sai de casa e volta todos os dias no mesmo horário, porque tem vergonha de contar à família que perdeu o emprego. E a única razão pela qual ele perdeu o emprego é porque era um emprego no governo, onde ele projetava mísseis, e eles não querem mais mísseis.”
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Blaze revelou que passou por situação semelhante durante a infância, quando perdeu um emprego entregando jornais. Temendo a reação do padrasto, continuava a sair de casa no mesmo horário, fingindo cumprir suas obrigações.
“Essa é a tragédia: ele é um cara excêntrico e nerd que tem dificuldade em se comunicar, mas se vê preso nessa situação em que não consegue dizer a verdade porque nem mesmo consegue ser sincero consigo mesmo (…).
Isso me tocou profundamente porque, anos atrás — e talvez isso seja melodramático —, quando eu era criança, eu trabalhava entregando jornais. Um trabalho básico que centenas de adolescentes têm quando são estudantes. Mas eu perdi esse emprego e tinha tanto medo que meu padrasto me batesse, que continuava saindo de casa na mesma hora, fingindo que ia fazer meu trabalho de entrega de jornais.”
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O jovem músico transformou o drama pessoal em arte, resultando em uma das faixas mais emblemáticas de sua carreira. Blaze consolidou “Man on the Edge” como um dos pontos altos de sua passagem pelo Iron Maiden (encerrada em 1999).
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