O italiano Giulio Pellizzari (Red Bull) venceu a 17.ª etapa da Volta a Espanha, no Alto de El Morredero, contagem de montanha de 1.ª categoria. João Almeida foi quinto, dois segundos atrás de Jonas Vingegaard (Visma Lease a Bike), quarto na jornada.
Na segunda posição ficou o britânico Tom Pidcock, a 16 segundos do vencedor, seguido de Jay Hindley (Red Bull), a 18. Vingegaard perdeu 20 segundos para o italiano e João Almeida 22. O corredor luso da UAE Emirates passa a ter 50 de desvantagem para o dinamarquês, camisola vermelha, quando restam quatro etapas. Segue-se contrarrelógio de 27,2 km em Valladolid.
Um grupo de 12 corredores formou a fuga do dia, mas o pelotão, liderado pela equipa Visma Lease a Bike, de Vingegaard, manteve-o a uma curta distância (abaixo de dois minutos), denunciando o objetivo: levar a discussão da vitória da etapa para a subida final, para permitir ao seu líder dinamarquês, em caso de sucesso, conquistar ainda a bonificação máxima (10 segundos).
🔥 A brutal day on Alto de El Morredero. @JooAlmeida98 🇵🇹 battled to 5th place on the summit finish, showing resilience against the GC contenders.
The Portuguese rider remains 2nd overall, keeping his podium ambitions alive as the race heads toward the decisive final days… pic.twitter.com/HEysYJaORf
— @UAE-TeamEmirates (@TeamEmiratesUAE) September 10, 2025
De resto, o corredor mais bem classificado na geral entre os escapados era o colombiano Harold Tejada (Astana XDS), na 13.ª posição, a 11.18 minutos da liderança de Vingegaard, não representa risco algum para a camisola vermelha ou para o top-3. Mesmo o top-10 ou a vitória na etapa seriam uma miragem para o trepador, com uma vantagem tão curta para o pelotão e a subida final bastante exigente.
A 25 km da meta, com a fuga a pouco mais de um minuto, o percurso da etapa entrou definitivamente na fase decisiva e a todo o momento previa-se mudança de figurino na dianteira do pelotão. E não demorou a fazer-se, com a Bahrain, tal como na véspera, a tomar a dianteira, mas com a Red Bull também a assomar-se. O ritmo é forte e na Visma o apoio a Vingegaard fica restringido rapidamente a três corredores: Ben Tulett, Sepp Kuss e Matteo Jorgenson.
When everyone else hesitates, it’s time to show off your legs. Giulio Pellizzari wins the Morredero stage with a solo effort. Relive the stage 1️⃣7️⃣ in 1′
Cuando todos dudan, aparecen las piernas y la astucia. Giulio Pellizzari se lleva la etapa del Morredero con una exhibición… pic.twitter.com/i924ivNVbE
— La Vuelta (@lavuelta) September 10, 2025
Sergio Samitier (Cofidis) ainda ataca entre os fugitivos, num derradeiro fogacho, a 20 segundos de vantagem sobre o pelotão, cada vez mais alongado – e neste, Juan Ayuso (UAE Emirates) cede – ainda a quatro quilómetros do início da subida final.
A 11 km para o final, as inclinações já são seletivas. João Almeida muito bem colocado. Segue logo a seguir aos dois primeiros do pelotão, com Jonas Vingegaard está agarrado à sua roda. À entrada de El Morredero, o grupo do português já só tinha cerca de 15 elementos e com a Visma de regresso à dianteira, por Ben Tulett.
Nas primeiras rampas a 12%, Jay Vine não aguenta, e Felix Grosschartner não tardou muito mais a ceder também. A UAE explode no início da subida, e João Almeida fica isolado contra os rivais. A 7 km do cume, a Visma ainda tinha dois elementos com Jonas Vingegaard: Tulett, com a tarefa de imprimir o ritmo, e Kuss.
Jai Hindley ataca. João Almeida cede alguns metros, mas pode recuperar. Com Hindley seguem Vingegaard, Tom Pidcock (Q36.5) e Mattew Ricittello (Israel PT), mas o português, ao seu ritmo, alcançou o quarteto poucas centenas de metros depois. Seis corredores na dianteira, ainda com Hindley a puxar.
Seguiu-se um momento de tréguas no grupo, o que João Almeida terá agradecido, para recuperar o fôlego e retemperar o possível as forças.
A 4 km da meta, com o vento a soprar forte, Jonas Vingegaard passa para a roda de João Almeida… quando atacou decisivamente Giulio Pellizzari (Red Bull). O italiano, líder da classificação da juventude, ganhou 30 segundos para o quinteto perseguidor e resistiu ao ataque final de Tom Pidcock nos últimos metros para conquistar a vitória na etapa.
No final da etapa, Giulio Pellizzari não continha a alegria pelo sucesso. «É o melhor momento da minha curta carreira até aqui. Senti que podia ser o meu dia, e tenho de agradecer à minha equipa. (…) Estamos a lutar pelo pódio, com Jai Hindley [quarto na geral], ainda não conseguimos mas a Vuelta ainda não acabou. Demos de tudo nesta subida para pressionar Pidcock, e nos últimos quilómetros, estávamos dois. Pensei que se atacasse, ninguém me seguiria, e assim foi», declarou o líder da classificação da Juventude nesta Vuelta.