O italiano Giulio Pellizzari (Red Bull) venceu a 17.ª etapa da Volta a Espanha, no Alto de El Morredero, contagem de montanha de 1.ª categoria. João Almeida foi quinto, dois segundos atrás de Jonas Vingegaard (Visma Lease a Bike), quarto na jornada.

Na segunda posição ficou o britânico Tom Pidcock, a 16 segundos do vencedor, seguido de Jay Hindley (Red Bull), a 18. Vingegaard perdeu 20 segundos para o italiano e João Almeida 22. O corredor luso da UAE Emirates passa a ter 50 de desvantagem para o dinamarquês, camisola vermelha, quando restam quatro etapas. Segue-se contrarrelógio de 27,2 km em Valladolid.

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Um grupo de 12 corredores formou a fuga do dia, mas o pelotão, liderado pela equipa Visma Lease a Bike, de Vingegaard, manteve-o a uma curta distância (abaixo de dois minutos), denunciando o objetivo: levar a discussão da vitória da etapa para a subida final, para permitir ao seu líder dinamarquês, em caso de sucesso, conquistar ainda a bonificação máxima (10 segundos).

De resto, o corredor mais bem classificado na geral entre os escapados era o colombiano Harold Tejada (Astana XDS), na 13.ª posição, a 11.18 minutos da liderança de Vingegaard, não representa risco algum para a camisola vermelha ou para o top-3. Mesmo o top-10 ou a vitória na etapa seriam uma miragem para o trepador, com uma vantagem tão curta para o pelotão e a subida final bastante exigente.

A 25 km da meta, com a fuga a pouco mais de um minuto, o percurso da etapa entrou definitivamente na fase decisiva e a todo o momento previa-se mudança de figurino na dianteira do pelotão. E não demorou a fazer-se, com a Bahrain, tal como na véspera, a tomar a dianteira, mas com a Red Bull também a assomar-se. O ritmo é forte e na Visma o apoio a Vingegaard fica restringido rapidamente a três corredores: Ben Tulett, Sepp Kuss e Matteo Jorgenson.

Sergio Samitier (Cofidis) ainda ataca entre os fugitivos, num derradeiro fogacho, a 20 segundos de vantagem sobre o pelotão, cada vez mais alongado – e neste, Juan Ayuso (UAE Emirates) cede – ainda a quatro quilómetros do início da subida final.

A 11 km para o final, as inclinações já são seletivas. João Almeida muito bem colocado. Segue logo a seguir aos dois primeiros do pelotão, com Jonas Vingegaard está agarrado à sua roda. À entrada de El Morredero, o grupo do português já só tinha cerca de 15 elementos e com a Visma de regresso à dianteira, por Ben Tulett.

Nas primeiras rampas a 12%, Jay Vine não aguenta, e Felix Grosschartner não tardou muito mais a ceder também. A UAE explode no início da subida, e João Almeida fica isolado contra os rivais. A 7 km do cume, a Visma ainda tinha dois elementos com Jonas Vingegaard: Tulett, com a tarefa de imprimir o ritmo, e Kuss.

Jai Hindley ataca. João Almeida cede alguns metros, mas pode recuperar. Com Hindley seguem Vingegaard, Tom Pidcock (Q36.5) e Mattew Ricittello (Israel PT), mas o português, ao seu ritmo, alcançou o quarteto poucas centenas de metros depois. Seis corredores na dianteira, ainda com Hindley a puxar.

Seguiu-se um momento de tréguas no grupo, o que João Almeida terá agradecido, para recuperar o fôlego e retemperar o possível as forças.

A 4 km da meta, com o vento a soprar forte, Jonas Vingegaard passa para a roda de João Almeida…  quando atacou decisivamente Giulio Pellizzari (Red Bull). O italiano, líder da classificação da juventude, ganhou 30 segundos para o quinteto perseguidor e resistiu ao ataque final de Tom Pidcock nos últimos metros para conquistar a vitória na etapa.

No final da etapa, Giulio Pellizzari não continha a alegria pelo sucesso. «É o melhor momento da minha curta carreira até aqui. Senti que podia ser o meu dia, e tenho de agradecer à minha equipa. (…) Estamos a lutar pelo pódio, com Jai Hindley [quarto na geral], ainda não conseguimos mas a Vuelta ainda não acabou. Demos de tudo nesta subida para pressionar Pidcock, e nos últimos quilómetros, estávamos dois. Pensei que se atacasse, ninguém me seguiria, e assim foi», declarou o líder da classificação da Juventude nesta Vuelta.