A moda é cíclica, o que não deixa de ser fascinante, porque alguns objetos que herdaste da tua tia avó e que cheiram a naftalina podem, na verdade, valer uma boa fortuna. O que ontem parecia ultrapassado pode hoje ser o novo tesouro. É exatamente o que está a acontecer com as cassetes musicais.
Durante anos, este formato foi dado como morto: primeiro com a chegada do CD e, mais tarde, com plataformas digitais como Spotify ou YouTube. No entanto, em pleno século XXI, as cassetes vivem um verdadeiro renascimento, impulsionado por colecionadores, nostálgicos e amantes do vintage.
O charme de rebobinar e esperar
Mas por que razão alguém se interessa por uma cassete que precisa de ser rebobinada, que se desgasta com o uso e ocupa espaço físico? A resposta está na experiência. Ouvir uma cassete obriga a uma pausa, a atenção ao álbum completo e a desfrutar de um ritual que a instantaneidade digital praticamente apagou. Além disso, há o seu apelo estético: a caixa transparente, as miniaturas das capas e o toque físico da fita criam uma experiência sensorial única.
Cassetes que valem ouro
O renascimento das cassetes não é apenas nostálgico: alguns exemplares podem atingir valores surpreendentes. E não estamos a falar de uns meros euros. Edições limitadas, lançamentos promocionais ou demos de bandas antes de se tornarem famosas podem chegar aos milhares de euros.
Segundo o jornal espanhol “20 minutos”, o exemplo mais famoso é o de Prince: em 1995 lançou uma cassete promocional chamada “The Versace Experience – Prelude 2 Gold”, que chegou a ser vendida por 3.450 euros no mercado de colecionadores. Mas há muitos outros casos: uma fita rara da Madonna, de 1987, “The Madonna Collection”, alcança centenas de euros em leilões, enquanto demos da banda Xero – que mais tarde se tornou Linkin Park – já ultrapassaram os 2.000 euros em portais especializados.
Curiosamente, pequenos detalhes fazem toda a diferença: uma cassete selada e intacta pode valer muito mais do que uma usada, e elementos como a capa original, a impressão da fita ou até erros de fabrico podem aumentar exponencialmente a cotação.
No fundo, este ressurgimento prova que, por vezes, o antigo não morre, só se transforma.