Visita ocorreu durante a viagem de Harry ao Reino Unido para compromissos de solidariedade
O príncipe Harry reencontrou-se com o pai, o rei Carlos III, pela primeira vez em quase dois anos. Segundo o Palácio de Buckingham, pai e filho tomaram chá juntos esta quarta-feira na Clarence House, em Londres, residência oficial do monarca.
Este encontro poderá representar um primeiro passo na reaproximação entre pai e filho depois de uma rutura familiar publicamente divulgada e marcada por um afastamento prolongado.
Harry, Duque de Sussex, não via o pai desde fevereiro de 2024, altura em que foi anunciado que o monarca estava a receber tratamento para um tipo de cancro não especificado.
A visita de Harry ao Reino Unido começou na segunda-feira para uma série de compromissos, tendo na manhã desta quarta-feira visitado um centro de investigação dedicado ao tratamento de ferimentos provocados por explosões.
Desde que se mudou para a Califórnia com a mulher, Meghan Markle, em 2020, Harry tem sido crítico da família real e da instituição, especialmente através de entrevistas, documentários e da autobiografia “Na Sombra”. As suas declarações, sobretudo em relação ao pai e ao irmão mais velho, o príncipe William, contribuíram para um afastamento ainda maior.
Apesar disso, após perder um processo judicial com o governo britânico relacionado com a sua segurança, Harry expressou o desejo de se reconciliar com a família e sublinhou a importância de deixar os conflitos para trás. “Claro que alguns membros da minha família nunca me vão perdoar por ter escrito um livro. Claro que nunca me vão perdoar por muitas outras coisas. Mas sabem… adorava reconciliar-me com a minha família… Não faz sentido continuar a lutar. E a vida é preciosa”, disse à BBC.
“Não sei quanto tempo mais o meu pai tem. Ele não fala comigo por causa desta questão da segurança, mas seria bom reconciliarmo-nos.”
O encontro desta quarta-feira não foi confirmado antecipadamente, mantendo-se o silêncio tanto do Palácio de Buckingham como dos representantes do príncipe. No entanto, sabe-se que em julho os assessores de ambos se reuniram discretamente em Londres, o que foi visto como um possível sinal de reaproximação.
O historiador Anthony Seldon considera que esta reconciliação seria benéfica não só para a monarquia, mas também a nível pessoal para Carlos e Harry. “O rei é o rei, mas também é um pai afetuoso”, afirmou à Reuters.
“Acho que esta rutura causou muita angústia a ambos. Portanto, se isso puder ser curado, pelo menos em parte, agora ou mais tarde, então será algo muito positivo.”