O Índice de Preços no Consumidor (IPC) nos EUA acelerou em Agosto, mês em que subiu 2,9% em termos homólogos, acima do crescimento de 2,7% de Julho, segundo os dados oficiais divulgados esta quinta-feira.
A inflação subjacente, que não inclui produtos de maior volatilidade como a alimentação e a energia, subiu 3,7%. Um dos “motores” do crescimento do IPC foi precisamente a alimentação, com destaque para o consumo fora de casa, com uma subida de 3,9%, acima dos 3,2% da rubrica em que se insere. Já a energia cresceu apenas 0,2%.
Face a Julho, a subida da inflação em Agosto foi de 0,4%, depois dos 0,2% registados no mês anterior (depois dos ajustes de sazonalidade).
Esta subida da inflação surge uma semana antes da próxima reunião da Reserva Federal norte-americana (dias 16 e 17), que tem sido pressionada pelo Presidente Donald Trump para avançar com uma estratégia de baixa de taxas de juro para estimular a economia. Neste momento, a taxa está nos 4,25% a 4,50%, com os analistas a preverem uma descida de 0,25 pontos percentuais no próximo encontro.
Não obstante a ameaça da inflação, num contexto de impacto das novas taxas alfandegárias nos preços dos produtos, a economia norte-americana tem dado sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho.
Em Agosto foram criados apenas 22.000 postos de trabalho, abaixo das previsões, e em Junho o resultado terá mesmo sido negativo em 13.000 depois de uma revisão dos números. De acordo com o The New York Times (NYT), se as contas forem feitas aos oito meses do ano, é preciso recuar a 2010 para assistir à criação de tão poucos postos de trabalho. A taxa de desemprego está nos 4,3%.
“O que ajudaria a nossa economia era ter mais certezas sobre os custos dos bens, porque há muitas decisões de negócios que estão a ser distorcidas pelas tarifas”, afirmou ao NYT Sara Rutledge, uma analista económica independente. “Cortar taxas pode provocar mais inflação, e esse é o meu receio”, sublinhou.