João Almeida (UAE) terminou nesta quinta-feira a 18.ª etapa da Volta a Espanha, um contra-relógio de 12,2km, em Valladolid, na terceira posição, reduzindo em dez segundos a diferença que tem para o líder da classificação geral, Jonas Vingegaard (Visma), quando faltam três etapas para o final da competição.
Num contra-relógio que inicialmente tinha a extensão de 27,2km mas que foi reduzido para 12,2km por motivos de segurança (relacionados com os protestos contra a presença de uma equipa israelita no pelotão que têm acontecido nesta edição da Vuelta), o português cumpriu a distância em apenas mais oito segundos do que o italiano Filippo Ganna (Ineos), vencedor da tirada, com 13 minutos certos.
João Almeida, que foi prejudicado pela redução da extensão inicial do contra-relógio, conseguiu, mesmo assim, “roubar” dez segundos a Jonas Vingegaard, nono melhor da etapa, com mais 18 segundos do que o italiano.
O português começou cedo a ganhar tempo ao seu mais directo opositor. Almeida passou no primeiro ponto intermédio com apenas um segundo de atraso para o melhor tempo – os 4m43s de Sander de Pestel (Decathlon AG2R), mas já tinha dois segundos de vantagem em relação a Vingegaard.
No segundo ponto intermédio, João Almeida afastou-se um pouco mais do mais rápido do dia mas ganhava três segundos ao adversário directo: Jonas Vingegaard. E a superioridade do português foi aumentando até chegar aos 10 segundos sobre a linha de meta, deixando no ar a incógnita de quanto tempo poderia ter sido ganho por Almeida se o contra-relógio tivesse mantido a sua distância original.
Pena que não tenham sido os 27km
A situação foi comentada pelo próprio no final da tirada e o português não escondeu a sua desilusão. “Fiz o melhor que pude. É uma pena que não tenham sido os 27 quilómetros, mas é o que é”, começou por afirmar Almeida aos microfones da Eurosport. “Se fosse o contra-relógio completo? Nunca vamos saber, a vida está feita de ‘ses’, não podemos pensar muito nisso. Podemos ficar muito satisfeitos com o resultado. Senti-me muito forte. O cenário é o mesmo para todos.”
Sobre o futuro, o discurso do português manteve-se: “A minha maneira de pensar é a mesma desde o primeiro dia. Fazemos o melhor que podemos todos os dias, às vezes temos dias bons, outras vezes temos dias maus. É igual para todos. Temos de estar focados e fazer o nosso melhor. É tudo o que podemos fazer, controlar o que podemos controlar.”
Na classificação geral, Vingegaard passou agora a ter 40 segundos de avanço sobre Almeida e 2m39s sobre o britânico Thomas Pidcock (Q36.5), terceiro.
Destaque também para o outro português em prova, Ivo Oliveira (UAE), que realizou um excelente contra-relógio, terminando a etapa no quinto lugar (13m11s).
Na sexta-feira, corre-se a 19.ª e antepenúltima etapa da 80.ª edição da Vuelta, entre Rueda e Guijuelo.