Um ensaio clínico de grande escala arrancou no Reino Unido para avaliar se uma simples análise ao sangue pode substituir exames caros e invasivos no diagnóstico da doença de Alzheimer. O estudo, conduzido por investigadores da University College London, pretende validar a medição da proteína p-tau217 como um marcador precoce e fiável da doença.

Atualmente, a confirmação do Alzheimer depende sobretudo de ressonâncias, PET scans ou punções lombares, procedimentos dispendiosos e de difícil acesso. Segundo a Alzheimer’s Research UK, apenas 2% dos doentes têm acesso a estes testes de referência.
O novo método, defendem os investigadores, poderá democratizar o acesso ao diagnóstico e permitir decisões clínicas mais rápidas e eficazes.

O ensaio vai envolver 1100 participantes em 20 centros do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS). Metade dos pacientes receberá os resultados da análise em três meses, enquanto a outra metade terá acesso ao diagnóstico apenas ao fim de um ano.
O objetivo é avaliar se a antecipação do diagnóstico melhora os cuidados prestados e a qualidade de vida dos doentes.

O projeto integra o programa Blood Biomarker Challenge, financiado pela Alzheimer’s Society, pela Alzheimer’s Research UK e por fundos da People’s Postcode Lottery.

Caso tenha sucesso, poderá tornar-se parte do protocolo normal de cuidados de demência no NHS, num contexto em que os especialistas alertam para o crescimento acelerado da doença: mais de 55 milhões de pessoas vivem atualmente com demência no mundo, número que poderá chegar a 139 milhões em 2050.