A apresentadora do reality show Terceira Metade (Multishow), Deborah Secco (45), chamou atenção em setembro de 2018 ao surgir com manchas vermelhas pelo corpo, o que preocupou os fãs. Na época, ela questionou os seguidores sobre o que poderia estar acontecendo.
“Ruruzinhos, acordei com essas manchas vermelhas no braço e está coçando muito, nem consegui dormir direito essa noite. O que vocês acham que pode ser?”, escreveu. Na realidade, a atriz havia sido escolhida para ser embaixadora de uma campanha de conscientização da Urticária Crônica Espontânea (UCE), que atinge mais de 1 milhão de pessoas todos os anos no Brasil.
CARAS Brasil conversou com a Dra. Brianna Nicoletti, médica alergista e imunologista, que explica que a urticária é uma reação dermatológica caracterizada pelo surgimento de lesões avermelhadas, elevadas, com bordas bem definidas e intenso prurido (coceira).
“Essas lesões são chamadas de pápulas ou urticas e podem aparecer isoladas ou se agrupar formando placas maiores. São transitórias: cada lesão costuma durar menos de 24 horas no mesmo local e não deixa marcas quando desaparece”, afirma.
Segundo a médica, a doença pode causar reações que também afetam a pele. “Além disso, muitas pessoas apresentam angioedema, que é o inchaço mais profundo da pele ou mucosas, comumente nos lábios, pálpebras, mãos, pés ou genitais. Diferente das urticas, o angioedema pode durar até 72 horas e causar dor ou sensação de queimação, sem coceira. Essas manifestações resultam da liberação de histamina e outros mediadores inflamatórios pelos mastócitos, causando dilatação de vasos e extravasamento de líquido“, completa.
A urticária nem sempre está relacionada a uma alergia, embora não esteja totalmente isenta dessa reação. “Na maioria dos casos, especialmente nas formas crônicas, ela não é causada por um processo alérgico clássico (IgE-mediado)”, explica, e em seguida lista as principais causas, que variam conforme o tipo de urticária:
Urticária aguda (menos de 6 semanas):
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Infecções virais (como viroses respiratórias e gastrointestinais — mais comuns em crianças)
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Alimentos (como frutos do mar, nozes, leite e ovo)
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Medicamentos (antibióticos, AINEs como diclofenaco e ibuprofeno)
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Picadas de insetos
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Reações a transfusões ou vacinas
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Alergias reais (IgE-dependentes), embora sejam menos comuns do que se imagina
Urticária crônica (mais de 6 semanas):
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Muitas vezes, sem causa identificável — chamada urticária espontânea ou idiopática
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Pode estar relacionada a processos autoimunes (quando o próprio organismo ativa os mastócitos sem alérgeno externo)
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Algumas condições de base (como doenças da tireoide, hepatopatias, infecções por Helicobacter pylori, parasitoses ou uso crônico de AINEs)
“Há ainda as urticárias induzíveis, desencadeadas por estímulos físicos específicos, como frio, calor, sol, pressão na pele, vibração, exercício, água ou contato com substâncias químicas”, finaliza a médica.