O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que estava surpreso com o facto de o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro ter sido condenado por uma maioria do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira.
Trump já tinha considerado que o caso contra Bolsonaro era uma “caça às bruxas”, tendo atacado o Brasil com o aumento de tarifas, sanções contra o juiz Alexandre de Moraes e a revogação de vistos para a maioria dos membros do Supremo Tribunal Federal do país.
Mas, para o deputado brasileiro Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, a surpresa manifestada por Trump poder-se-á transformar em sanções adicionais dos EUA contra as autoridades brasileiras. “Vamos ter uma resposta firme com acções do Governo dos EUA contra essa ditadura que está sendo instalada no Brasil”, disse, em declarações à Reuters.
O parlamentar alertou que os ministros do Supremo Tribunal Federal que votaram a favor da condenação do ex-presidente podem sofrer sanções previstas na lei Magnitsky, que já foi aplicada pela Administração Trump contra o juiz Alexandre de Moraes, responsável pelo caso.
“Se esses ministros da Suprema Corte continuarem a seguir Moraes, eles também correm o risco de sofrer a mesma sanção”, continuou Eduardo Bolsonaro, referindo-se a Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin; Luiz Fux foi o único a defender a absolvição do antigo chefe de Estado.
O antigo Presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro foi condenado por vários crimes relacionados com uma tentativa de golpe de Estado, no que foi uma decisão histórica do STF.
É a primeira vez que um antigo chefe de Estado brasileiro é condenado judicialmente por envolvimento numa conspiração para derrubar a democracia, exactamente 40 anos depois do início do processo de redemocratização.
Bolsonaro e outros sete acusados foram considerados culpados dos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado de direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça, organização criminosa armada e deterioração de património classificado.
Artigo corrigido pela agência Reuters, que retirou a referência a Trump se ter manifestado “descontente”