Engenheiros do Instituto Superior Técnico explicam que em causa não está a resistência do cabo ao peso e à tração, mas sim a resistência quando este é apertado num torno, como acontece no elevador da Glória.


Os especialistas explicam que o núcleo do cabo passou a ser constituído por uma espécie de “corda” que se “deformou” de forma irreversível quando foi apertada e que continuou a deformar-se ao longo dos meses, perdendo volume e levando o cabo a soltar-se.


Os especialistas explicam que, ao contrário de um cabo em aço, um cabo com o núcleo em fibra começa a deformar-se e perde resistência.


Há ainda outros fatores a ter em conta, como as elevadas temperaturas potenciadas pela vibração e fricção dos materiais e o facto de o cabo ser constituído por dois elementos com comportamentos físicos diferentes.


Outra das possíveis causas apontadas para que o sistema de travagem não tenha funcionado é a presença excessiva de óleo na calha, que pode ter afetado um dos sistemas de freios.


A explicação destes espexialistas, ouvidos pelo Expresso, foi feita com base no relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF). O relatório final só será conhecido dentro de mais de um mês.

O elevador da Glória, sob gestão da Carris, descarrilou no dia 3 de setembro, num acidente que provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.

A Câmara de Lisboa quer um novo sistema tecnológico para o futuro elevador da Glória. Carlos Moedas anunciou que a autarquia está a suportar os custos das famílias das vítimas em Lisboa.



O presidente da Câmara não aceitou o pedido de demissão do presidente da Carris e repetiu que ninguém se deve demitir.