Um dos cinco fugitivos da prisão de Vale de Judeus contou que a fuga foi “planeada” com antecedência e que as rotinas de funcionamento da prisão e “falta de gente a vigiar” foram fundamentais para que fosse bem sucedida. De acordo com o Expresso, que teve acesso às revelações feitas aos inspetores dos serviços prisionais presentes no relatório Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), Fernando Ribeiro Ferreira assumiu que “só não saiu toda a gente da cadeia porque não quis”.

O homem, de 61 anos, explicou que o grupo de fugitivos se apercebeu da “falta de gente a vigiar” e da “inexistência” de torres de vigilância, mas também que as rotinas eram “iguais todos os dias”. A 7 de setembro, dia em que se deu a fuga, Fernando Ribeiro Ferreira explica que a partir do momento em que os guardas abriram a porta de acesso aos pátios, “nunca mais houve qualquer elemento de segurança” a vigiar o local.

O preso terá revelado que os guardas, nessa altura, “esta­riam no gabinete, ou a tomar o pequeno-almoço, ou a fazer outra coisa qualquer”, como acontecia nos outros dias. E isso, garante, “era do conhecimento geral, fosse dos reclusos ou dos guardas”.

Além da explicação de Fernando Ribeiro Ferreira, e de assegurar que não houve ajuda, nem ativa nem passiva, de guardas ou funcionários da cadeia, o recluso deixou uma garantia: “Só não saiu toda a gente da cadeia porque não quis.”