“Os canais de comunicação existem, estão bem estabelecidos. Os nossos negociadores têm a possibilidade de comunicar através desses canais, mas, por enquanto, podemos falar mais de uma pausa“, Dmitri Peskov, em declarações citadas pela AFP.
As negociações realizadas este ano em Istambul não permitiram avanços significativos, exceto um acordo sobre a troca de prisioneiros de guerra. Peskov disse que a Rússia “mantém a disposição de continuar o caminho do diálogo pacífico e procurar formas de resolver a situação”, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.
Insistiu que os resultados das negociações não podem ser imediatos e afirmou que “não se deve usar óculos cor-de-rosa” ao analisar a situação no terreno, referiu a agência de notícias russa TASS.
Peskov disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início também acreditava ser possível chegar rapidamente a um acordo, mas depois compreendeu que era necessário mais tempo.
Moscovo tem acusado os países europeus de contribuírem para que o conflito se arraste com os apoios que dão à Ucrânia.Trump avisa Putin que está a perder a paciência
Depois do episódio da incursão de drones russos em território polaco, Donald Trump voltou a falar da Rússia. Apesar de ter tantado desvalorizar a situação, o presidente norte-americano admitiu estar a perder paciência com Vladimir Putin.
Num programa da Fox News, Trump revelou que a sua paciência com as ações do presidente russo está a desaparecer.
“Está a esgotar-se e está a esgotar-se rapidamente”, declarou o presidente americano que avançou que está a ponderar avançar com sanções contra os setores bancário e petrolífero da Rússia.
E afirmou que também Volodymyr Zelensky tem de ser convencido a terminar o conflito com a Rússia, numa ação que “são precisos dois para dançar o tango”.As condições impostas pela Rússia
As posições das duas partes parecem, por enquanto, irreconciliáveis. A Rússia exige a desmilitarização e a rendição da Ucrânia, bem como a cessão das regiões ucranianas cuja anexação reivindicou, embora sem as controlar totalmente.
A Ucrânia considera estas condições inaceitáveis e exige garantias de segurança dos aliados ocidentais, por recear um novo ataque da Rússia, mesmo que fosse alcançado um acordo de paz.
Moscovo e Kiev realizaram este ano três rondas de negociações diretas em Istambul, em maio, junho e julho, nas quais apenas concordaram com a troca de prisioneiros de guerra e de corpos de soldados.
(c/ Lusa)