“A Galáxia de Andrómeda já foi fotografada de tantas maneiras diferentes, e tantas vezes com telescópios, que é difícil imaginar que uma nova foto possa acrescentar algo ao que já todos vimos.” As palavras são de László Francsics, júri do concurso do Observatório Real de Greenwich, ZWO Astronomy Photographer of the Year, que anunciou os resultados da 17.ª edição a 11 de Setembro. “Esta imagem, no entanto, consegue isso mesmo.” O húngaro refere-se à imagem que venceu este ano, intitulada O Núcleo da Andrómeda, que, através de uma “composição dinâmica incomum, com detalhes sem precedentes”, conseguiu a proeza de mostrar algo de novo ao mundo.

A fotografia, captada por três fotógrafos chineses, Weitang Liang, Qi Yang and Chuhong Yu, com recurso a telescópio de longa distância focal, foi realizada no observatório AstroCamp, em Nerpio, Espanha. A imagem mostra o núcleo da Galáxia de Andrómeda (M31), “a complexa estrutura da região central da galáxia e a população estelar que a rodeia”, lê-se no comunicado que a organização. “A imagem estará em exibição, juntamente com as vencedoras das outras categorias também aqui reveladas, no Museu Marítimo Nacional, em Londres, na exposição que se inaugura a 12 de Setembro.

O concurso atribui três distinções por cada uma das oito categorias que criou; são elas “Galáxias”, “Aurorae” (dedicado estritamente a fotografias de auroras boreais), “A Nossa Lua”, “O Nosso Sol”, “Pessoas e Espaço”, “Planetas, Cometas e Asteróides”, “Paisagens Celestes” e “Estrelas e Nebulosas”.

The Trace of Refraction, da italiana Marcella Giulia Pace “captura lindamente o fenómeno da refracção atmosférica” e venceu na categoria “A Nossa Lua”; já o neo-zelandês Tom Rae impressiona com The Ridge, uma fotografia em que revela rios glaciares do Parque Nacional do Monte Cook/Aoraki com o centro da Via Láctea à esquerda – que venceu na categoria “Paisagens Celestes”.

O grande prémio ZWO Young Astronomy Photographer of the Year, atribuído a jovens fotógrafos de astronomia, foi granjeado pelo italiano Daniele Borsari, que foi também vencedor em 2024 na categoria jovem do concurso. A sua fotografia Orion, a preto-e-branco, foi considerada arrojada por Greg Brown, membro do júri do concurso. “Escolher preto-e-branco em vez de cores vivas e focar-se exclusivamente nas formas e contornos das nebulosas foi uma decisão ousada que valeu a pena”, declarou à organização.