Em meio a muitas idas e vindas, Bob Daisley trabalhou com Ozzy Osbourne entre 1979 e o início da década de 1990. Nesse período, o baixista também acabou envolvido no Black Sabbath, então antiga banda do Príncipe das Trevas, gravando o álbum “The Eternal Idol” (1987).
Segundo o músico, o disco em questão com Tony Martin como vocalista contém uma das canções mais pesadas que já ouviu: a quase faixa-título “Eternal Idol”.
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Conversando com Johnny Beane, o instrumentista explicou que, à época, não era um membro permanente do Sabbath. Ainda assim, diante do convite, participou do processo de criação do projeto, que considera “um bom disco”, com “músicas realmente ótimas”, sobretudo a produção que dá nome ao material.
Conforme transcrição da Ultimate Guitar, o artista elogiou:
“Na verdade, eu não estava no Sabbath. Não entrei para o Sabbath. Eles me convidaram, mas eu estava com Gary Moore e estava feliz fazendo isso. E eu nunca cheguei a entrar no Sabbath de fato. Eu só participei e gravei todo o álbum ‘The Eternal Idol’, que eu acho um bom disco. Gosto desse álbum. Tem músicas realmente ótimas nele. A faixa-título provavelmente é uma das canções mais pesadas e sombrias que já ouvi. Essa música é brilhante.”
Numa postagem nas redes sociais realizada em 2023, o baixista contou detalhes a respeito de sua colaboração no “The Eternal Idol”, descrito pelo próprio como um álbum “muito subestimado” que “resistiu ao teste do tempo”. Diz o texto:
“O álbum ‘The Eternal Idol’, para mim, é um disco do Black Sabbath muito subestimado. Foi o 13º deles. Fui chamado para tocar no álbum em 1986 e, quando cheguei ao Air Studios em Montserrat, me pediram para também me envolver na composição das letras. Foi uma experiência muito prazerosa para mim. Tony Iommi é um grande ‘mestre dos riffs’, cada música tinha riffs e acordes excelentes, e tive liberdade total para tocar o que quisesse. Fui convidado a entrar na banda permanentemente, mas na época eu estava com Gary Moore e muito feliz trabalhando com ele. Ray Gillen era um ótimo cantor e um cara realmente legal, suas melodias vocais se encaixavam perfeitamente nas músicas. Fiquei amigo de Ray e do baterista Eric Singer (de quem sou amigo até hoje). Quando Ray saiu, o vocalista Tony Martin fez um trabalho admirável substituindo o que Ray havia feito, mas as performances de Ray combinavam perfeitamente com as músicas. Afinal, eram suas melodias, vindas de seu coração e alma. Ainda amo o álbum ‘The Eternal Idol’, ele resistiu ao teste do tempo, e me sinto honrado por ter feito parte dele.”
Apesar da visão positiva acerca do “The Eternal Idol”, Bob não colaborou novamente com o Black Sabbath. Durante entrevista ao Rock Daydream Nation, o músico explicou o motivo de a parceria não ter vingado.
“Eu amo aquele álbum. Acho que foi muito subestimado. Deveria ter mais reconhecimento e há muitas pessoas que dizem isso. Amei o disco, amei a banda e adorei trabalhar com Tony Iommi. Mas eu não estava muito feliz com a gestão e com o que estava acontecendo em termos de negócios. Foi por isso que não fiquei. Não teve nada a ver com a personalidade dos envolvidos ou com o material. Era um ótimo grupo, boa música, caras legais – eu poderia facilmente ter ficado feliz, mas a situação empresarial simplesmente não era boa. Fiz o disco, ajudei Ray com as letras, me diverti, mas não me arrependo de ter saído.”
Sobre Bob Daisley
Nascido em Sydney, Austrália, Robert John Daisley começou a se destacar na cena tocando com nomes como Chicken Shack, Mungo Jerry e Widowmaker (não a banda de Dee Snider pós-Twisted Sister), com quem lançou dois álbuns.
Seu primeiro trabalho de maior reconhecimento internacional foi com o Rainbow. Gravou o baixo em três faixas do álbum “Long Live Rock ‘N’ Roll” (1978), fez a turnê e se retirou.
O momento de maior exposição viria na parceria com Ozzy Osbourne. Entre idas, vindas, brigas, processos e acusações, participou de quase todos os discos de maior sucesso da carreira do Madman, tendo atuação destacada como compositor.
Nos anos 1980, ainda gravaria e/ou excursionaria com Uriah Heep e Yngwie Malmsteen, entre outros. Desde os 1990s mantém uma carreira low profile como músico de palco, participando de discos de vários artistas. Em 2013 lançou a biografia “For Facts Sake”.
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