Ovitrampas (armadilhas) também serão instaladas em residências. Colaboração da população é fundamental para eficácia do sistema Foto: Alexandre Leite
Agentes da Vigilância orientam moradores sobre novo sistema de monitoramento do Aedes Foto: Alexandre Leite
Palhetas com ovos de Aedes Aegypti são recolhidas das armadilhas e analisadas no laboratório Foto: Alexandre Leite
“Ovitrampas” são importantes para que Município identifique áreas de maior risco e planeje com mais eficiência as ações de controle
Rio das Ostras está entre os primeiros municípios do Estado a utilizar um sistema de monitoramento da presença do mosquito Aedes Aegypti com base em armadilhas, as chamadas “ovitrampas”. O método possibilita o monitoramento antecipado da presença do vetor, permitindo que a Secretaria de Saúde identifique as áreas de maior risco e planeje com mais eficiência as ações de controle.
O Município vem se planejando para o uso das ovitrampas desde abril, e nesta semana começou a instalação das armadilhas, que servem para detectar a presença do Aedes Aegypti, mosquito transmissor de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. Esse monitoramento é uma das principais ferramentas atuais de combate ao vetor.
OVITRAMPA – A armadilha é composta por um recipiente escuro com água, uma palheta de madeira para a postura dos ovos do mosquito e um atrativo específico, desenvolvido para atrair a fêmea do mosquito. É importante destacar que esse atrativo é totalmente inofensivo para pessoas e animais, sendo utilizado exclusivamente para fins de monitoramento.
ETAPAS – O método é realizado respeitando-se o ciclo bimestral e com duração de três semanas, em etapas distintas. Na primeira semana, as ovitrampas são instaladas, elegendo-se os pontos estratégicos. As armadilhas também serão colocadas em residências e, para isso, o morador será informado e deverá assinar um termo de responsabilidade, autorizando a instalação.
Na semana seguinte, o agente da Vigilância em Saúde vai retornar ao local para substituir a palheta, onde os ovos são depositados, e manter a armadilha funcionando.
Na terceira semana, a palheta final é recolhida e a ovitrampa retirada do imóvel.
O material recolhido é enviado ao laboratório para análise, a partir da verificação das palhetas, com a contagem dos ovos depositados e interpretação dos resultados.
Os dados de campo e de laboratório são incluídos em mapas estratégicos, utilizando tecnologia de geoprocessamento, que vão servir de base para políticas públicas e tomada de decisões dos gestores municipais relativas ao combate ao mosquito e controle das arboviroses.
MAIS EFICÁCIA – O método possibilita identificar a quantificação de ovos coletados semanalmente, a determinação da densidade populacional do vetor, a elaboração de mapas de risco – identificando áreas críticas (“zonas quentes”) e o direcionamento das ações de campo para áreas prioritárias, aumentando a eficácia no combate ao mosquito.
“Esse processo requer organização logística e a colaboração da população é fundamental para o sucesso dessa iniciativa. Para isso, as pessoas precisam entender como funciona o monitoramento e sua importância para combatermos o mosquito no nosso Município”, explica a coordenadora da Vigilância em Saúde, Nirvana Braga.
Rio das Ostras foi selecionado para implementação do monitoramento com armadilhas junto a outros 12 municípios do Rio de Janeiro, devido à sua série histórica de alta incidência de arboviroses. A partir de 2026, o Ministério da Saúde oficializará o ciclo das ovitrampas no calendário epidemiológico, consolidando essa metodologia como rotina nacional de Vigilância.