A Renault apresentou o novo Clio, modelo que tradicionalmente figura entre os mais vendidos em Portugal e que substitui a geração anterior, a qual surgiu em 2019 e foi alvo de um restyling em 2024. Além de estrear uma nova estética na marca, com uma grelha compacta em substituição da antiga, a toda a largura, o novo Clio deverá abrir as encomendas junto ao final do ano, para começar a ser entregue em Portugal no início de 2026. Promete ser maior e recorrer a motores mais potentes e mais económicos, mas deixa de contar com a opção turbodiesel dCi.

O construtor francês guardou para a 6.ª geração do Clio, utilitário que comercializa há 35 anos e de que já colocou cinco gerações no mercado (em 1990, 1998, 2005, 2012 e 2019), uma das suas estéticas mais arrojadas mas, possivelmente, mais polémica (ao nível da grelha), com o intuito de lhe reforçar a personalidade, tornando-a mais apetecível e durante mais tempo, para mais num dos segmentos mais importantes do mercado europeu e o líder em Portugal. Mas nem só das linhas exteriores vive o novo Clio, uma vez que reivindica igualmente um comprimento superior em 7 cm (4,12 m), o que o coloca acima dos seus principais rivais, deixando antever mais espaço no habitáculo (o modelo é 4 cm mais largo e quase 1 cm maior entre eixos) e na mala.

O interior do novo Clio

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Concebido sobre a plataforma CMF-B, a mesma da geração anterior (de 2019, que passou a permitir mecânicas híbridas) e que pertence à Aliança Renault-Nissan, o novo Clio oferece uma bagageira com 330 litros (310 na versão híbrida, devido à presença da bateria que alimenta o sistema electrificado). Comparado com a geração precedente, o novo modelo perde para os 340 litros do Clio de 2019, mas melhora nas versões híbridas, que antes estavam limitadas a 254 litros.

Mais importante para os potenciais clientes é o desaparecimento do anterior motor turbodiesel 1.5 dCi, com 100 cv e um consumo médio homologado de 4,1 l/100 km, enquanto as versões mais acessíveis, aquelas que recorrem ao motor não electrificado a gasolina, trocam a anterior unidade 1.0 sobrealimentada com três cilindros e 100 cv (100 TCe) pela 115 TCe, com 1,2 litros de capacidade, 115 cv e uma força de 190 Nm, em vez dos anteriores 170 Nm.

Os detalhes que fazem a diferença na 6ª geração do Clio

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Uma melhoria igualmente interessante surge na versão a GPL, solução em que o Grupo Renault aposta como alternativa para reduzir em cerca de 10% as emissões de CO2. Em vez do anterior motor TCe 100 GPL, com 100 cv e um consumo de 4 kg/100 km, o novo Clio monta o ECO-G 120, que baixa ligeiramente o consumo para 3,9 kg, mas eleva a cilindrada para 1,2 litros e a potência para 120 cv, estando ainda associado a uma caixa automática de dupla embraiagem e seis velocidades, em vez da caixa manual com o mesmo número de relações.

Provavelmente, a alteração mais apetecida pelos clientes é a introdução de um novo motor híbrido, o E-Tech Full Hybrid 160, que substitui a versão anterior E-Tech Full Hybrid 145. Como a designação indica, a potência sobe de 145 para 160 cv, o que explica a capacidade de aceleração de 0-100 km/h melhorar de 9,3 para 8,3 segundos, enquanto o consumo também é optimizado, baixando de 4,2 para 3,9 l/100 km. Menos favorável é o incremento da capacidade do motor de combustão, que continua a ser atmosférico e a funcionar pelo ciclo Atkinson, para maximizar a eficiência (e o consumo). O facto de a cilindrada subir de 1,6 para 1,9 litros vai agravar os impostos que sobrecarregam a versão, o que não deverá ser integralmente compensado pela redução de 7,2% no consumo. O sistema full hybrid E-Tech mantém a sofisticada caixa automática, modulada por um pequeno motor eléctrico com 20 cv e 50 Nm, existindo uma segunda unidade com 49 cv e 205 Nm destinada a ajudar o motor a gasolina e a recarregar a bateria, cuja capacidade também aumenta, de 1,2 para 1,4 kWh.