A série ‘A Conspiração’, do cineasta António-Pedro Vasconcelos, transmitida pela RTP1, que revisitou passo a passo o chamado “movimento dos capitães”, na origem da queda da ditadura em 25 de Abril de 1974, foi distinguida com o Prémio de Melhor Programa de Informação, em televisão, segundo a lista de premiados divulgada hoje pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).
‘A Conspiração’, série documental de nove episódios, conta com trabalho de conceção, coordenação e investigação do realizador, que também conduziu entrevistas com os intervenientes, recolheu testemunhos, visitou locais, e que chegou ainda a completar e narrar um dos primeiros episódios.
Terminada já depois da morte de António-Pedro Vasconcelos, ocorrida em 05 de março de 2024, ‘A Conspiração’ estreou-se no mês seguinte, em 24 de abril, no âmbito da programação dos 50 anos da Revolução da RTP1, com narração do jornalista Adelino Gomes, e Afonso Cunha Ferreira a assinar a assistência de realização.
‘Isto é gozar com quem trabalha’, de Ricardo Araújo Pereira, José Diogo Quintela, Miguel Góis, Cláudio Almeida, Manuel Cardoso, Cátia Domingues, Guilherme Fonseca, Joana Marques e Teotónio Bernardo, venceu por seu lado o prémio de Melhor Programa de Entretenimento, enquanto na ficção televisiva, foi distinguida a série ‘Matilha’, de Edgar Medina, da RTP1,
Entre os premiados estão ainda o escritor e ilustrador António Jorge Gonçalves, a fotógrafa Luísa Ferreira, o escritor António Canteiro, o encenador Bruno Bravo, os atores Sara Barradas, Sara Barros Leitão, Nuno Nunes e Vitor Roriz, Elmano Sancho, ator, dramaturgo e encenador, os músicos Ray e Maria Reis, o coreógrafo Daniel Matos e a bailarina Inês Campos.
A lista dos Prémios SPA Autores 2025, disponível no ‘site’ da cooperativa desde hoje, abre com o Melhor Livro de Ficção Narrativa, ‘Inventor de Esquecimentos’, de António Canteiro (Gradiva), seguindo-se ‘Na Morte de Erato’, de A.M. Pires Cabral (Tinta-da-China), como Melhor Livro de Poesia, e ‘Dita-Dor’, com texto e ilustração de António Jorge Gonçalves, editado pela Assembleia da República, considerado Melhor Livro para a Infância e Juventude
No Teatro encontram-se os prémios de Melhor Espetáculo (‘Um Elétrico Chamado Desejo’, de Tennessee Williams, com encenação de Bruno Bravo, para o Centro de Artes de Lisboa), Melhor Atriz (Sara Barradas, pelo desempenho em ‘Se Acreditares Muito’, de Cordelia O’Neil, que esteve em cena no Teatro da Trindade, dirigida por Flávio Gil), Melhor Ator (Nuno Nunes, ‘Um Elétrio Chamado Desejo’), e o Melhor Texto Português Representado (‘Cordeiros de Deus ou Soldados da Esperança’, de Elmano Sancho, estreado na Culturgest).
Na Música, ‘Only Light’, de Ray, teve o prémio de melhor tema de Música Popular, ‘City of Glass’, de Daniel Bernardes, inspirado na ‘Trilogia de Nova Iorque’, de Paul Auster, o prémio de melhor obra de Música Erudita, e “Suspiro”, de Maria Reis, melhor trabalho de Música Popular.
O filme de Luís Filipe Rocha ‘O Teu Rosto Será o Último’ venceu nas categorias de Melhor Filme e Melhor Argumento, enquanto os prémios de interpretação foram para Sara Barros Leitão, pelo desempenho em ‘O Melhor dos Mundos’, filme de Rita Nunes, e Vitor Roriz por ‘O Bêbado’, realizado por André Marques.
Nas Artes Visuais foram premiados Luísa Jacinto, por ‘Shining Indiference’, como Melhor Exposição, que esteve patente no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa; Luísa Ferreira, por ‘Intimidade’, Melhor Trabalho de Fotografia, exposto na Casa da Avenida, em Setúbal; e Marisa Fernandes, pelo Melhor Trabalho de Cenografia, por ‘Monóculo, Retrato do S. von Harden’, de Stéphane Ghislain Roussel, a partir de um quadro de Otto Dix, que esteve em cartaz no Festival de Almada e no Teatro Aberto, com encenação de Rui Neto.
‘A Pedra, a Mágoa’, teve o prémio de Melhor Coreografia, na área da Dança, que também distinguiu a bailarina Inês Campos, pelo bailado “Fio”.
O Prémio de Melhor Programa de Rádio foi para ‘Pop Up’, de Tiago Pereira, Maria Ramos Silva, Bruno Vieira Amaral e Pedro Boucherie Mendes, na Rádio Observador.
Desde 2010, os Prémios Autores da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) distinguem anualmente a excelência da criação artística e intelectual em Portugal, abrangendo literatura, música, teatro, dança, artes visuais, rádio, televisão e cinema.
Estas distinções reconhecem não apenas a qualidade das obras, mas também o contributo dos seus criadores para a diversidade cultural e para o fortalecimento da identidade artística portuguesa.
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