As eleições para a Associação de Futebol (AF) de Braga realizam-se na sexta-feira e, na véspera, o clima ‘aqueceu’. O candidato da Lista A, Miguel Azevedo, lamentou as “interferências políticas” no processo eleitoral, num ataque à Lista B, liderada por Pedro Sousa, líder do PS Braga e deputado à Assembleia da República.



Numa nota enviada à imprensa, Miguel Azevedo manifesta a sua “profunda preocupação e repúdio relativamente às interferências políticas que têm vindo a manchar o normal decurso do processo eleitoral” da AF Braga.

“Nos últimos dias, assistimos a presidentes de câmara, vereadores, chefes de gabinete e assessores a tentar condicionar os nossos clubes, recorrendo ao pagamento de jantares e a promessas de apoios e benefícios futuros como moeda de troca para influenciar votos. Esta prática é inaceitável, fere gravemente os princípios da autonomia associativa e constitui um ataque direto à liberdade de decisão dos nossos clubes”, refere o candidato no mesmo comunicado.

O candidato da Lista A diz que este “plano de ingerência” foi “orquestrado” por Pedro Sousa apoiado por outros políticos, “alguns diretamente envolvidos no chamado ‘processo Tutti Frutti’”.

Já a Lista B considera que este comunicado é “mentiroso, soez e inqualificável” e que procura “confundir os clubes e associados”.

“A forma, mas, sobretudo, o conteúdo – eivado de mentiras grosseiras, alucinações dignas de um filme de ficção científica, distópico, até, porquanto procura colar à Lista B tudo aquilo que a Lista A fez, diária e repetidamente, ao longo das últimas semanas, torna claro, distinto e evidente que, perante a improbabilidade de vencer nas urnas, o desespero da Lista A e seus pares saiu à rua”, refere a candidatura de Pedro Sousa, em resposta às acusações.

E lança-se ao ataque: “Vir esta candidatura, que tem nas suas fileiras um secretário-geral/candidato que, enquanto funcionário da AF Braga, violou neste processo, grosseira e repetidamente, todos os deveres de neutralidade, probidade e isenção, vir a Lista A que, usando de meios da associação, procurou, nas últimas semanas, ‘comprar’ votos com decisões arbitrárias – não aprovadas em Reunião de Direção – entre outras coisas mais a que, para procurar proteger e salvaguardar o bom nome da AF Braga, não iremos dar eco, é de uma hipocrisia inaceitável”.

Pedro Sousa anuncia ainda que, caso vença a eleições de amanhã, vai encomendar a realização de uma Auditoria Externa Independente à AF Braga. O objetivo é perceber o que é que “se procura tão ferozmente esconder do conhecimento dos sócios da AF Braga” por parte da oposição.

Perante o clima de crispação entre as duas listas, o presidente Assembleia Geral da AF Braga, José Fernando Pinto, pede aos candidatos que “o desejável afastamento de comportamentos que proporcionem atritos, desavenças ou desconfianças”.

“A AF Braga é uma grande casa, construída com esforço e dedicação ao longo de muitos anos e não merece ser menorizada por via de atitudes, comentários ou afrontamentos que a desacreditem. Se cada um de nós agir com correção, a AF Braga sairá valorizada, vencerá”, diz, em comunicado enviado às redações esta tarde.

A Assembleia Eleitoral da AF Braga realiza-se na sexta-feira, no Auditório da Associação, entre as 17:30 e as 22:00. Vão a votos duas listas (A e B), lideradas Miguel Azevedo e Pedro Sousa, respetivamente.

Vão marcar um novo ciclo na presidência da AF Braga depois de 14 anos com Manuel Machado, que suspendeu o mandato, que terminava em 2028, em junho deste ano.