A NASA fez uma declaração impactante esta semana, apresentando o que pode ser a evidência mais convincente de vida no planeta Marte até o momento. Durante uma coletiva de imprensa, a agência revelou que manchas observadas em uma rocha coletada pelo rover Perseverance no ano passado podem representar “o sinal mais claro de vida” já encontrado no planeta vermelho.

Embora os cientistas ainda considerem necessários estudos adicionais para confirmar a origem biológica dessas manchas, a pesquisa publicada na renomada revista Nature sugere que a explicação mais plausível para essas formações é a atividade de organismos vivos.

Sean Duffy, administrador interino da NASA, comentou sobre a descoberta: “Após um ano de análise, voltaram com a conclusão de que não encontraram outra explicação viável. Portanto, isso pode ser realmente o sinal mais claro de vida que já encontramos em Marte, o que é extraordinariamente empolgante”, repercute a CNN.

Vida em Marte?

A rocha em questão, denominada Sapphire Canyon, foi retirada das bordas do Neretva Vallis, uma área que há mais de 3 bilhões de anos foi moldada pela água. As manchas identificadas incluem pequenas marcas escuras chamadas “sementes de papoula” e outras maiores conhecidas como “manchas de leopardo”, além da presença confirmada de compostos orgânicos — moléculas baseadas em carbono fundamentais para a vida como a conhecemos na Terra.

Além disso, veios brancos de sulfato de cálcio encontrados na rocha indicam que água — um elemento essencial para a vida — fluiu pela superfície do planeta no passado. A análise química revelou a presença de ferro e fosfato nas manchas, com possíveis indícios de hematita entre as bandas do sulfato de cálcio.

Os especialistas da NASA acreditam que essas manchas podem ter se formado através de reações químicas envolvendo hematita, que poderiam ter transformado a rocha vermelha em branca ao liberar ferro e fosfato. Essa transformação pode ser impulsionada por micróbios em busca de energia para seu crescimento.

Katie Stack Morgan, cientista do projeto Perseverance, destacou durante coletiva de imprensa: “A descoberta de uma possível bioassinatura — um sinal que pode estar associado a processos biológicos mas que ainda necessita de investigações adicionais para confirmar sua origem — é resultado da dedicação e colaboração de mais de mil cientistas e engenheiros ao longo dos anos”.

É importante ressaltar que embora os minerais e a coloração alterada da rocha possam ser gerados por processos abióticos (geoquímicos), esses processos requereriam condições extremas como altas temperaturas e ambientes ácidos. No entanto, as amostras coletadas pelo rover não apresentam evidências de terem estado expostas a tais condições.

A NASA reafirma que são necessários estudos complementares para determinar se as manchas observadas são realmente produtos da atividade de microrganismos vivos. Nicky Fox, administradora associada da Diretoria de Missões Científicas da NASA, concluiu na coletiva: “Estamos um passo mais próximos de responder uma das perguntas mais profundas da humanidade: estamos sozinhos no universo?”.