Um casal que se conheceu online decidiu voluntariar-se para servir na guerra na Ucrânia, onde se encontrou oficialmente. Gustavo Ostrowski, de 22 anos, e Adriane Marschall Pereira, de 21 anos, começaram a namorar e, pouco tempo depois, regressaram ao Brasil, para dar as boas-vindas ao primeiro filho, em Cascavel, no oeste do Paraná.

Gustavo, que é natural de Santa Helena, alistou-se em janeiro de 2024, quando já conversava com Adriane nas redes sociais. Seis meses depois, a jovem de Santa Tereza do Oeste rumou até à Ucrânia, não só para conhecer o namorado, mas também para se voluntariar na linha da frente.

“Decidi ir para lá para conhecê-lo. Mesmo que não funcionasse, pelo menos aproveitaríamos. Sempre gostei do meio militar, principalmente das armas”, disse Adriane ao g1.

Contudo, cerca de dois meses depois de se voluntariar – e de ter passado por treinos rigorosos – a jovem descobriu que estava grávida.

“Faltando três dias para a minha missão no campo de batalha, descobri que estava grávida. Não podia ir mais”, contou.

Adriane afastou-se, então, das zonas de combate, passando a atuar como intérprete de português e de espanhol para as famílias dos soldados.

O casal ficou na Ucrânia durante quatro meses e, em janeiro deste ano, regressou ao Brasil.


“Voltámos para o Brasil para que o nosso filho nascesse aqui. A comida era muito diferente na Ucrânia e, com os enjoos da gravidez, a adaptação foi difícil para ela”, explicou Gustavo.

No entanto, Gustavo e Adriane já pensam em regressar à Ucrânia.

“Sinto saudades da guerra, quero voltar para a Ucrânia, voltar para as missões. Mas ela não vai como voluntária, vai viver na cidade mais próxima do batalhão em que eu servir”, explicou o jovem.

Adriane, por seu turno, considerou que a forma de educar as crianças na Ucrânia é semelhante à do Brasil, pelo que concordou em criar o seu filho numa “cidade tranquila, enquanto o Gustavo participa nas missões”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil salientou ao g1 que tem havido um aumento crescente no número de brasileiros que morrem ou que ficam em dificuldades quando interrompem as suas missões junto de exércitos estrangeiros. Recomendou, por isso, a que as propostas de trabalho para fins militares sejam recusadas, uma vez que a ajuda consular pode ser limitada, tendo em conta os contratos assinados entre os voluntários e as forças armadas do país em questão.

O organismo não comentou o caso do casal.

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