Uma manifestação de estudantes universitários de Timor-Leste foi dispersa esta segunda-feira com gás lacrimogéneo pela polícia, depois de os estudantes começarem a atirar pedras contra o Parlamento.

Os estudantes manifestavam-se contra as regalias dos deputados do Parlamento nacional, incluindo contra a aprovação da compra de novas viaturas, num valor superior a três milhões de dólares.

O protesto ocorreu ao mesmo tempo que decorre no hemiciclo, a abertura da terceira sessão legislativa da sexta legislatura.

Presente no hemiciclo está o Presidente timorense, José Ramos Horta, bem como um grupo de eurodeputados que iniciou uma visita ao país esta segunda-feira.

Os estudantes de várias universidades timorenses juntaram-se na Universidade Nacional Timor Lorosae, em frente ao parlamento nacional, às primeiras horas de manhã, em Dili, depois de a polícia timorense ter pedido para que o protesto fosse realizado em Tais Tolu, a cerca de seis quilómetros da capital timorense.

Os estudantes recusaram realizar o protesto nesse local.

“Não há solução. A manifestação vai continuar durante três dias”, gritava um estudante, acrescentando que não vão desmobilizar, mesmo que atirem gás lacrimogéneo.

Depois de afastado da frente do Parlamento, o grupo de estudantes em protesto voltou a juntar-se em frente ao estabelecimento de ensino universitário, onde o protesto continua.

Presidente pede fim da violência

O Presidente timorense, José Ramos-Horta, apelou aos estudantes para não recorrerem à violência nem destruírem edifícios públicos, após um protesto ter sido disperso pela polícia com gás lacrimogéneo.

“A minha mensagem para eles é que não devem destruir propriedade do Estado, nem do corpo diplomático. Os estudantes têm de demonstrar sentido de responsabilidade, com bom comportamento, dialogando de forma adequada e fazendo ouvir as suas vozes de forma ordeira”, afirmou Ramos-Horta.

Ramos-Horta afirmou que as reivindicações podem ser feitas, mas nunca com recurso à violência. “Isso não é bom. A minha mensagem para eles é essa”, apelou o chefe de Estado.