Estudo alemão indica que a idade em que as pessoas ficam mais inteligentes desafia a ideia de que a inteligência diminui de forma linear com o passar do tempo
Mulher no auge da idade com as capacidades de leitura e escritas já desenvolvida após seus 30 anos – Foto: Freepik/ND
Você sabe qual a idade em que as pessoas ficam mais inteligentes? De acordo com um estudo publicado na revista Science Advances, sobre a idade e inteligência, não existe apenas uma idade em que as pessoas ficam mais inteligentes.
Enquanto a leitura e a escrita continuam em crescimento até os 30, o auge da idade em que as pessoas ficam mais inteligentes acontece por volta dos 46 anos e desafia a ideia de que a inteligência diminui de forma linear com o tempo.
A idade em que as pessoas ficam mais inteligentes
Após a análise de indivíduos entre 16 e 65 anos, os pesquisadores identificaram neste estudo que diferentes habilidades cognitivas florescem em momentos diferentes da vida.
No entanto, o auge das habilidades de cálculo ocorreu por volta dos 41 anos e não antes.
Dois tipos de inteligência
Além da comprovação via estudo sobre a idade em que as pessoas ficam mais inteligentes, outra descoberta interessante das últimas pesquisas científicas é a diferenciação entre os tipos de inteligência.
Se a chamada inteligência “fluida”, associada ao cálculo e à velocidade de resposta, atinge seu pico na idade adulta e depois tende a declinar, a inteligência “cristalizada”, composta de palavras, conhecimento cultural, habilidades sociais e linguísticas pode melhorar mesmo após os 60 anos.
A evolução das capacidades cognitivas
A vida útil do nosso cérebro parece ser dividida em diferentes fases. A velocidade mental atinge o pico por volta dos 20 anos, enquanto que habilidades de memória atingem o pico entre 25 e 35 anos.
Mas depois dos 40, que fica a idade em que as pessoas ficam mais inteligentes, desenvolve-se uma “nova inteligência”, ligada à sensibilidade emocional das pessoas.
A capacidade de “ler” o contexto social, compreender nuances de significado e entender como usar habilidades diplomáticas para navegar em diversas situações da vida.
O desenvolvimento intelectual não termina aos 40. Nas fases seguintes, a experiência aumenta, assim como a cultura geral e capacidade de conectar ideias cada vez mais complexas.
Os resultados científicos sobre a idade em que as pessoas ficam mais inteligentes e inteligência devem nos tranquilizar. Independente da nossa idade, nosso cérebro organiza a memória e ainda é capaz de melhorar seu desempenho.
Como alcançar essa idade e manter uma mente clara?
Para alcançar isso, é essencial não ficar acomodado. Para além da idade em que as pessoas ficam mais inteligentes, o objetivo é manter uma mente clara e funcional mesmo na velhice.
É preciso cultivar a inteligência por meio de relacionamentos sociais, discussões, pesquisas e, por que não, nos engajando em atividades altamente estimulantes, como estudar música, exercícios de memória e leitura.
Todas essas atividades demonstraram amplamente serem capazes de retardar o aparecimento de demência e muitas outras doenças neurodegenerativas.
Como lidar com a crise dos 40 anos
Se a idade em que as pessoas ficam mais inteligentes é aos 46, isso ignifica que as pessoas passaram pela crise dos 40 anos.
Segundo a psicologia especialista em gestão emocional, Jaqueline Pinto, existe uma mudança hormonal e bioquímica no corpo e que ele vai apontar as marcas do envelhecimento e pessoas com metabolismo acelerado.
A psicóloga aponta que liberar perdão para as pessoas que falharam conosco é essencial para escrever um novo capítulo na vida. Uma outra maneira de enfrentar a crise dos 40 é valorizar o próprio corpo. “As marcas do corpo que dizem que você já superou mais um ano”.
Qual é a idade em que o cérebro amadurece?
Segundo a neurologista Isabella Braga, a idade em que o cérebro amadurece completamente é por volta dos 25 anos. A região do córtex pré-frontal responsável pelo planejamento, controle de impulsos e tomada de decisões só finaliza seu desenvolvimento nessa fase, explica.
Ela aponta que na adolescência, áreas como o sistema límbico, que controla emoções e recompensas, são muito mais ativas. Isso explica por que os adolescentes são naturalmente mais impulsivos e têm maior dificuldade em regular emoções e avaliar riscos, pois o cérebro deles ainda está em construção.