Washington e Londres preparam-se para assinar esta semana um acordo para implementar ao que já chamam a nova “era de ouro” da energia nuclear.


“Esta histórica parceria nuclear entre o Reino Unido e os Estados Unidos não se trata apenas de abastecer as nossas casas, mas também de impulsionar a nossa economia, as nossas comunidades e a nossa ambição”, sublinhou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em comunicado.

“Estes compromissos importantes colocam-nos no caminho para uma era dourada da energia nuclear, que reduzirá as contas domésticas a longo prazo, ao mesmo tempo que criará milhares de bons empregos a curto prazo”, acrescentou Starmer.
Parceria Atlântica para a Energia Nuclear Avançada


O Reino Unido prepara-se para receber a visita do presidente norte-americano, Donald Trump, que se inicia a 17 de setembro, quarta-feira, e durará dois dias.


Será nessa altura que vai ser assinado o acordo entre os dois países, conhecido como Parceria Atlântica para a Energia Nuclear Avançada.


De acordo com o ggoverno britânico, este entendimento visa acelerar a construção de centrais nucleares, reduzindo a burocracia, o que agilizará o processo de licenciamento de projetos, que passará de cerca de três ou quatro anos para aproximadamente dois.


Esta concertação entre EUA e Reino Unido pretende desencadear uma expansão significativa dos projetos nucleares civis britânicos, integrados nos objetivos políticos de Londres para estimular a “produção de energia limpa para garantir a segurança energética”, diz o comunicado.

A colaboração entre o Reino Unido e nos EUA, que inclui parcerias entre a Rolls-Royce e a BWXT, prevê que o governo britânico aumente o acesso ao mercado para empresas do Reino Unido e dos EUA.

Os “novos grandes acordos comerciais” apontam, por exemplo a implantação até 12 reatores modulares avançados em Hartlepool, desenvolvidos pela X-Energy e Centrica.

Com este acordo, o Reino Unido visa “gerar energia suficiente para cerca de 1,5 milhão de casas e criará até 2.500 bons empregos”.

O governo britânco observa que “as empresas estimam que o programa global poderá valer pelo menos 46 mil milhões de euros em valor económico, com 13 mil milhões de euros em valor focado no nordeste da Inglaterra”.

“É ótimo que possamos cooperar com os nossos amigos nos EUA e ajudar a construir a experiência que temos no Reino Unido e nos EUA para acelerar as coisas”, acentuou o presidente-executivo da Centrica, Chris O’Shea, ao programa Today da BBC.

O´Shea afirmou que espera que a expansão da energia nuclear “traga preços muito estáveis para os consumidores do Reino Unido” a longo prazo. “Isto permitirá que mais pessoas tenham a certeza sobre os seus custos de energia e permitirá que elas planeiem melhor o futuro”, concluiu.


Para o secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, o acordo vai desencadear um “renascimento nuclear”, e aumentará a segurança energética ao corresponder “às necessidades globais de energia, particularmente da infraestrutura de Inteligência Artificial e gestão de dados”.

Sob o acordo Reino Unido-EUA também são estabelecidos parcerias entre empresas multinacionais como Last Energy e DP World que trabalharão em conjunto num reator micro modular no porto de London Gateway. Apoiado por 80 milhões de euros em investimentos privados.

A Holtec, a EDF e a Tritax também têm planos para reaproveitar a antiga central a carvão de Cottam, em Nottinghamshire, como um centro de gestão de dados de energia nuclear.


Por fim, Starmer reitera que “juntamente com os EUA, estamos a construir uma era de ouro da energia nuclear que coloca os dois países na vanguarda da inovação e do investimento global”.