Os despedimentos coletivos, assim como o fecho de fábricas nos setores do têxtil e calçado, na última semana, atiraram mil pessoas para o desemprego, apenas no Vale do Ave, sendo que há outras mil em risco devido à insolvência das empresas, revelou esta segunda-feira o ‘Jornal de Notícias’.
A primeira semana de setembro, marcada pelo regresso de férias, foi dramática para muitos trabalhadores: no ano passado, o encerramento de fábricas causou despedimentos que foram absorvidos pelo mercado, sendo que o desemprego em Guimarães, Vizela e Vila Nova de Famalicão chegou mesmo a baixar. No entanto, 2025 tem muitas nuvens negras.
“Está a ser muito pior do que nos últimos anos”, salientou Francisco Vieira, coordenador do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes. A Polopiqué, de Santo Tirso, é o caso mais grave: anunciou no início do mês que pretende encerrar as unidades em Guimarães e Vizela: são 280 trabalhadores em causa, que podem chegar a 400. Na semana passada, à porta da empresa, havia trabalhadores a pedir alimentos porque passavam fome.
Em Guimarães, também no início de setembro, cerca de uma centena de trabalhadores encontraram a StampDyeing, do Grupo Mabera e Coelima, fechada sem explicação. Encontraram-se no desemprego sem os salários de julho e agosto, assim como o subsídio fe dérias. Também a Darita, em São Torcato, não reabriu, atirando 79 trabalhadores para o desemprego com dois salários e subsídio em falta.
Ao lado, em Selho São Lourenço, a Bravisublime faliu, com 42 trabalhadores sem o ordenado de agosto nem subsídio de férias.
Até 10 de setembro, o Tribunal de Guimarães recebeu ou sentenciou a insolvência de 17 empresas, mais seis do que em 2024. Muitas têm menos de 50 trabalhadores: no total, entre micro e pequenas empresas perderam-se 150 empregos.