A Polícia Judiciária lançou esta terça-feira uma mega-operação para travar a actuação de um grupo que terá ganho cerca de 14 milhões de euros com burlas informáticas. Apesar de sediados em território nacional, os criminosos tinham ligações à Suécia, país em que foram enganadas as vítimas, que eram idosas.

Através de técnicas de phishing, este grupo organizado apoderava-se dos seus dados pessoais e bancários, depois de as levarem a clicar em links ou anexos maliciosos ou a fornecer informação confidencial em páginas falsas. Muitos desses dados eram obtidos através de smishing, ou seja, via mensagens de texto (SMS). Além de burla informática, estão indicados nesta investigação outros crimes: falsidade informática, acesso ilegítimo, burla qualificada e branqueamento de capitais.

A operação da Polícia Judiciária envolve cerca de 400 inspectores, que estão a realizar buscas e outras diligências em vários pontos do país. “O esquema criminoso consistia na angariação de vítimas, todas de nacionalidade sueca, na generalidade com idades superiores a 65 anos, que eram convencidas a fornecer os códigos de acesso às contas bancárias, com a posterior transferência não autorizada de fundos para contas bancárias em Portugal e outros países e subsequente dissipação destes valores”, descreve esta polícia em comunicado. A operação contou com a colaboração das autoridades suecas, que também realizaram diligências naquele país, bem como da Europol e Eurojust, que tiveram elementos seus a acompanhar a actuação da Judiciária.

O núcleo principal do grupo criminoso, que actuava e residia em Portugal, é também de nacionalidade sueca. Contrataram dezenas de pessoas para cederem as suas contas bancárias ou abrirem novas contas em território nacional, para ocultar e dissipar os montantes ilicitamente obtidos, contribuindo, assim, para o branqueamento de capitais.

“Durante as buscas foi efectuada a apreensão de diverso material de natureza informática e outra documentação que corroboram os indícios dos crimes praticados, bem como outros bens provenientes dos ganhos ilícitos, nomeadamente, viaturas de alta cilindrada, jóias e relógios valiosos”, descreve a mesma nota de imprensa.