“O colchão que Maria das Chagas dormia era fabricado pela sua mãe (…) Quando Maria das Chagas não acordava com o juçá causado pela palha de milho, ela acordava com a sua mãe arrancando uns bichos da sua pele. E ela perguntava: o que é isso, mamãe? Sua mãe respondia: É barbeiro, Maria! Ô menina tripuradeira!”. O trecho em linguagem poética, narrado por Nilva Belo, da Associação Goiana de Portadores de Doença de Chagas, dá corpo à memória de uma infância atravessada pela vulnerabilidade e pelos riscos de uma enfermidade marcada pela desigualdade. A encenação poética fez parte da programação do III Diálogo das Associações de Pessoas Afetadas pela Doença de Chagas, realizado de 20 a 22 de agosto em conjunto com o V Encontro com as Secretarias Estaduais de Saúde, no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro. O evento reuniu representantes de associações de regiões endêmicas do país e gestores da saúde pública e discutiu a situação das pessoas afetadas no Brasil, estudos sobre a relação mudanças climáticas e doenças de chagas, e os desafios para as secretarias de Saúde e a comunidade científica.
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