O presidente dos EUA, Donald Trump, revelou esta segunda-feira que as Forças Armadas norte-americanas realizaram um novo ataque contra um navio venezuelano, alegadamente pertencente a um cartel de drogas e que se dirigia para os Estados Unidos.

Trump fez o anúncio através da rede social Truth Social, adiantando que pelo menos três homens foram mortos no ataque e que esta operação ocorreu em águas internacionais.

“Esta manhã, sob as minhas ordens, as Forças Militares dos EUA realizaram um segundo bombardeamento cinético contra cartéis de tráfico de drogas e narcoterroristas extraordinariamente violentos e já identificados”, apontou, adiantando que o ataque foi realizado pelo Comando Sul dos EUA.

“O ataque ocorreu enquanto estes narcoterroristas confirmados da Venezuela estavam em águas internacionais a transportar narcóticos ilegais (uma arma mortal que envenena os americanos!) com destino aos EUA. Estes cartéis de tráfico de drogas extremamente violentos representam uma ameaça à segurança nacional, à política externa e aos interesses vitais dos EUA. O ataque resultou na morte de três terroristas do sexo masculino em ação. Nenhuma força americana foi ferida neste ataque”, lê-se ainda.

A publicação de Trump, entretanto replicada na rede social X por uma conta do Departamento da Defesa dos EUA, é acompanhada de um vídeo de quase 30 segundos, onde surge uma embarcação numa massa de água a explodir e depois a pegar fogo.

Na publicação feita na Truth Social, Trump não ofereceu quaisquer provas de que o barco continha droga e de que os seus ocupantes eram traficantes. Instado a dá-las numa conferência de imprensa subsequente na Sala Oval, na Casa Branca, o Presidente dos EUA disse que “basta olhar para a carga que estava espalhada por todo o oceano” após o ataque, citando “grandes sacos de cocaína e fentanil por todo o lado.”

nem mereceu uma reação por parte do estado venezuelano.

Sob pretexto de combater o narcotráfico, nas últimas semanas os Estados Unidos enviaram para perto da costa venezuelana oito navios de guerra com mísseis e um submarino nuclear, apoiados por um total de 4.000 militares.

Na semana passada, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos tinham atacado um “barco que transportava drogas” no sul das Caraíbas, matando 11 “narcoterroristas”.

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Trump identificou os mortos como membros do cartel Tren de Aragua, um grupo criminoso venezuelano estabelecido em vários países e classificado por Washington como organização terrorista. O ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, de resto, acusou os Estados Unidos de cometerem execuções extrajudiciais com este ataque.

Horas antes da publicação de Trump, em Caracas o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, referiu-se ainda à abordagem por um “grupo de 18 fuzileiros fortemente armados” de uma embarcação venezuelana que, afirmou, estavam a pescar em “águas sob jurisdição venezuelana”.

Na mesma conferência de imprensa desta terça-feira, adianta a Associated Press, Trump disse que as Forças Armadas dos EUA estão a avistar cada vez menos embarcações no mar das Caraíbas por força do ataque realizado na semana passada. Trump, no entanto, afirmou que, mesmo com estas ações de dissuasão, os cartéis continuam a contrabandear drogas, mas por terra, sugerindo uma possível expansão das operações dos EUA.