A polémica que assolou a Volta a Espanha, devido à presença da equipa Israel-Tech no pelotão, com várias manifestações a perturbar inúmeras etapas e até a neutralizar a etapa final, está a estender-se a outras modalidades. Mas não só, tendo Espanha já ameaçado não participar no festival da Eurovisão se Israel se mantiver.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, manifestou a sua «admiração» pelas manifestações pró-palestinianas que marcaram a prova.
Também o futebol poderá ser afetado. O porta-voz do PSOE no Congresso, Patxi López, foi questionado sobre um possível boicote de Espanha ao Mundial 2026. «Avaliamos a situação no momento oportuno», declarou.
O governo espanhol pretende, antes de mais, enviar uma mensagem às instâncias internacionais, como o Comité Olímpico Internacional, defendendo um boicote desportivo semelhante ao que foi aplicado à Rússia após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Israel ocupa o terceiro lugar do seu grupo de qualificação, a seis pontos da Noruega, com ainda três jogos por disputar. Têm o mesmo número de pontos que a Itália, atualmente em segundo lugar, mas com mais um jogo já realizado. Recorde-se que o primeiro classificado do grupo qualifica-se diretamente para o Mundial, enquanto o segundo lugar dá acesso a um play-off contra outra seleção da zona europeia.
O jogo com Itália esteve envolto em muita polémica, com o selecionador Gennaro Gattuso a «lamentar» ter ficado no grupo de Israel.
Patxi López também abordou os incidentes ocorridos durante a Volta a Espanha. «A sociedade sai à rua para se expressar e protestar contra o genocídio. Fazem-no sobretudo quando uma equipa israelita, financiada por alguém que apoia diretamente Netanyahu e o seu massacre, percorre as nossas ruas. É isto que se chama a dignidade de um povo que não quer ser cúmplice.»
«A sociedade israelita tem de reagir e tomar consciência do que o resto do mundo pensa das ações do seu governo. O que queremos é que, se as equipas israelitas não puderem participar em eventos desportivos ou na Eurovisão, alguns comecem a abrir os olhos. Porque os nossos estão bem abertos e não toleram o que veem, e é por isso que não podemos, nem queremos, ficar em silêncio», continuou Patxi López.