Na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, acrescentou que espera que tais propostas “não sejam adotadas”.

A proposta do executivo comunitário já foi enviada aos países europeus: prevê a suspensão de certas disposições comerciais do Acordo de Associação entre a UE e Israel, assim como sancionar ministros extremistas israelitas, membros do grupo extremista palestiniano Hamas e colonos judaicos violentos devido à deterioração da situação humanitária na Faixa de Gaza.

A proposta foi apresentada depois de a UE ter concluído que Israel desrespeitou o acordo devido à violação dos direitos humanos e princípios democráticos em Gaza, o que permite a Bruxelas suspender de forma unilateral a base jurídica das relações entre ambos os blocos.


A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que os “terríveis acontecimentos que têm lugar diariamente em Gaza têm de parar. É necessário um cessar-fogo imediato, o acesso sem restrições de toda a ajuda humanitária e a libertação de todos os reféns detidos pelo Hamas”.


Tendo em conta os graves acontecimentos recentes na Cisjordânia “propomos suspender as concessões comerciais com Israel, sancionar ministros extremistas e colonos violentos e suspender o apoio bilateral a este país”, acrescentou Von der Leyen.

A suspensão diz respeito às principais disposições do acordo em matéria comercial. Na prática, significa que as importações provenientes de Israel perderão o acesso preferencial ao mercado da UE, passando a ser cobrados direitos a estas mercadorias ao mesmo nível aplicado a qualquer outro país terceiro com o qual a UE não tenha acordo de comércio livre.

Contudo, os países europeus ainda terão de dar o seu aval, e são esperados bloqueios no Conselho. Para entrar em vigor, a proposta da Comissão terá de ser adotada pelo Conselho por maioria qualificada, ou seja, exige o apoio de 15 dos 27 membros, que representam 65% da população da UE.

Fontes diplomáticas da União Europeia afirmaram à agência Reuters que é improvável que a proposta obtenha o apoio necessário, lembrando o papel crucial da Alemanha, que até agora se tem mostrado relutante em impor sanções da UE a Israel.