Vários objetos do HMHS Britannic, o navio transatlântico gémeo do Titanic que afundou em 1916 ao largo da ilha grega de Kea, foram, pela primeira vez, recuperados noticiou esta terça-feira o jornal britânico The Guardian.
Entre os objetos trazidos pelos mergulhadores estão a luz de sinalização a bombordo, vários utensílios das cabines de primeira e segunda classes, mosaicos de cerâmica e um par de binóculos. Esta operação integrou um programa de investigação que pressupõe “a recolha de objetos do local do naufrágio pela primeira vez, a profundidades superiores a 120 metros“, confirmou esta segunda-feira o Ministério da Cultura da Grécia.
A missão decorreu em maio deste ano e contou com uma equipa de onze mergulhadores profissionais, munidos de sistemas de circuito fechado de respiração. E foi organizada pelo historiador britânico Simon Mills, fundador da Britannic Foundation, e supervisionada pelo departamento de Arqueologia Subaquática do Ministério da Cultura da Grécia, que referiu que “as condições no local do naufrágio foram particularmente difíceis devido às correntes, à profundidade e à reduzida visibilidade“, sublinhando ainda que alguns artefactos inicialmente identificados não puderam ser recuperados por questões de localização ou de conservação.
Os objetos já foram transportados para os laboratórios da repartição em Atenas, onde se encontram em processo de preservação. De acordo com o Ministério da Cultura, irão integrar uma exposição permanente no futuro Museu de Antiguidades Subaquáticas, atualmente em construção no porto do Pireu, em Atenas.
Construído nos estaleiros Harland & Wolff, em Belfast, o Britannic era o terceiro transatlântico da série composta pelo Olympic e pelo Titanic. Durante a Primeira Guerra Mundial foi transformado em navio-hospital, tendo afundado em novembro de 1916, após ser atingido por uma mina subaquática alemã. Dos 1.065 tripulantes e passageiros a bordo, 30 perderam a vida. Já o primeiro navio da série, o Olympic, navegou entre 1911 e 1935, tendo recebido reforços estruturais após a tragédia do Titanic, em 1912.