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As coincidências e acasos não costumam ser chamados para montras com este grau de relevo. E assim, na formação para o retrato oficial, o azul e o amarelo da bandeira ucraniana insinuam-se neste momento para a posteridade. Para o banquete de Estado oferecido pelo Rei Carlos III em homenagem ao Presidente dos EUA, de visita ao Reino Unido, o detalhe diplomático esteve entregue à consorte do monarca e à primeira-dama dos EUA. A rainha Camilla, insistindo no tom de azul com que se apresentou esta tarde nos jardins do Castelo de Windsor, e Melania Trump, num vestido comprido amarelo Carolina Herrera, de ombros a descoberto, com um cinturão lilás para um efeito statement, uns saltos Manolo Blahnik, e por fim livre de controversos chapéus.
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Os cerca de 160 convidados à chegada ao banquete de Estado em Windsor © Getty Images
Um registo distante de 2019, então no âmbito do jantar de gala oferecido pela rainha Isabel II, quando a primeira-dama dos EUA optou por um longo Dior couture branco, umas luvas que acrescentaram dramatismo e um cabelo apanhado que piscava o olho a Audrey Hepburn. Quanto ao modelo off shoulder é um dos prediletos de Melania, que usou vestidos que deixaram os seus ombros em evidência tanto na primeira como na segunda tomadas de posse de Donald Trump, por exemplo. Quanto ao amarelo, mais quente ou canário, também está longe de ser um detalhe inédito no guarda-roupa oficial da senhora Trump. Em 2019, também no Reino Unido, Melania deu que falar com uma imponente capa Valentino. Nesse mesmo ano, num dos eventos de campanha, durante a então corrida presidencial de Trump, deu que falar em Orlando com o seu jumpsuit Ralph Lauren. Um ano antes, num jantar formal no palácio de Blenheim, também em solo britânico, optou por um romântico vestido, agora num pantone mais suave. Desta vez, e para mais um toque de cor, as gemas verdes e os diamantes destacaram-se nos brincos.
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Como habitual nestas ocasiões, coube a Camilla exibir uma peça especial da coleção de joias reais. De modo a complementar o seu vestido bordado azul de seda criado por Fiona Clare, confiou numa tiara de safira e diamantes. A rainha usara uma tiara pela última vez em julho, quando o casal real recebeu neste mesmo cenário o casal Macron, durante a sua visita ao Reino Unido. Recorde-se que os banquetes de Estado costumam decorrer no Palácio de Buckingham, em Londres, uma tradição interrompida durante a fase de obras a que o monumento tem estado sujeito.
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No início da jornada, Camilla optara por um vestido igualmente em tons cobalto, rematado com uma muito estimada pregadeira de safira que pertenceu à rainha Isabel II. Para este momento noturno, a consorte surgiu com a tiara que foi encomendada em 1963 pela mãe de Carlos III, então para coordenar com um colar de safira que lhe fora dado para o seu casamento pelo seu pai, o rei Jorge VI. A peça foi feita a partir de uma antiga safira e colar de diamantes que pertenciam à princesa Luísa da Bélgica. Camilla usou a tiara para seu primeiro banquete de estado como rainha consorte em 2022 para o presidente Cyril Ramaphosa da República da África do Sul. Segundo a Hello! a escolha é uma alternativa à tiara Boucheron Diamante, também conhecida como a tiara Greville, que Camilla, então a duquesa da Cornualha, usou para o primeiro banquete de Estado oferecido a Donald Trump, em 2019.
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A princesa de Gales ocupou o lugar à direita de Donald Trump. Aqui num momento à conversa com Michael Boulos, genro do presidente dos EUA, casado com Tiffany Trump © Getty Images
Quanto aos príncipes de Gales, Catherine brilhou com uma criação por medida assinada pela designer Philippa Lepley. Um vestido de crepe de seda em tons neutros, sob um casaco ricamente bordado à mão. O nome da criadora não é uma estreia para a princesa de Gales que em 2022, por exemplo, de visita às Bahamas, teve mais um momento Cinderela em Nassau, durante um jantar de gala organizado pelo governador geral, então recorrendo a um vestido em tom azul acinzentado.
Nos acessórios eleitos por Catherine, destaque absoluto para a tiara Cambridge Lover’s Knot (ou tiara do nó dos amantes de Cambridge), uma joia concebida pela Garrard entre 1913 e 1914, a pedido da rainha Mary (avó da rainha Isabel II).
Ready for The State Banquet ???????????????? pic.twitter.com/ip3wZ9WYoz
— The Prince and Princess of Wales (@KensingtonRoyal) September 17, 2025
Uma peculiaridade é que a peça que temos visto Kate usar nos últimos anos, desde 2015, é uma réplica da tiara que a avó da rainha Mary teve em sua posse, tendo Isabel II encomendado uma nova joia à imagem da antiga. A sua avó era duquesa de Cambridge e daí vem o nome da tiara. Em 1953, com a morte da rainha Mary, a joia passou para a antiga soberana britânica, que a usou muitas vezes, mas, na verdade, foi Diana, outrora princesa de Gales, que a popularizou, pelo que esta será também uma subtil homenagem à mãe de William. Consta que a princesa gostava muito de pérolas e dai tanto apreciar esta criação. Já Kate, embora se pense que a usa em homenagem à sogra, é provável que a tenha usado com mais regularidade por ter também ela mantido o título de duquesa de Cambridge. A peça em questão conta com 19 pérolas orientais suspensas de nós, que parecem laços, em diamantes.
Os fãs de diademas puderam ainda deliciar-se com outras criações que saíram dos cofres diretamente para este momento especial, e para cabeças ilustres como a da princesa Ana. Enquanto isso, Birgitte, duquesa de Gloucester, brilhou com a tiara Honeysuckle Tiara, uma peça encomendada pela rainha Maria por volta de 1910. Já