Em uma China em constante modernização forçada, a torre de Chen é mais que um obstáculo: é toda uma declaração de intenções
24 jul
2025
– 12h10
(atualizado em 25/7/2025 às 08h14)
Foto: Xataka
De uns tempos para cá, a região de Guizhou, no centro da China, tornou-se cenário de arquiteturas impossíveis. Não é só a cadeia montanhosa imponente, mas também a recém-construída ponte, que é tão alta que cabem duas Torres Eiffel embaixo dela. Não muito longe dali, uma única pessoa está erguendo outra obra titânica: uma espécie de castelo improvisado.
Um desafio à demolição
Foi o que contou no fim de semana o New York Times. Em uma planície de capim alto na província chinesa de Guizhou, ergue-se uma estrutura que desafia as leis da física, do urbanismo e da própria burocracia. Composta por onze andares de quartos de madeira avermelhada encaixados uns sobre os outros, sustentada por roldanas, baldes d’água e colunas recicladas, a casa de Chen Tianming parece saída de um romance ilustrado do Dr. Seuss ou do mundo encantado de O Castelo Animado, do Ghibli.
À primeira vista, pode parecer uma extravagância frágil e improvisada, mas, para seu criador e morador, de 43 anos, representa uma afirmação tenaz de liberdade, identidade e resistência diante do poder estatal. Do nono andar, ao qual chega sem esforço por escadas caseiras sem qualquer corrimão, Chen observa os prédios de apartamentos uniformes onde seus antigos vizinhos foram realocados. Ele escolheu outro caminho: um caminho vertical, pessoal e desafiador.
Arquitetura diante do despejo
Tudo começou em 2018, quando o governo de Xingyi anunciou a demolição do vilarejo natal de Chen para construir um resort. A oferta de …
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