Maioria dos estrangeiros detidos por motivos políticos é colombiana, seguidos dos espanhóis. Foro Penal estimou que existam pelo menos 927 presos políticos na Venezuela.
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Num relatório publicado esta quarta-feira, a Foro Penal diz que a maioria dos estrangeiros detidos por motivos políticos é colombiana (21), seguidos dos espanhóis (três).
Quanto aos venezuelanos com dupla nacionalidade detidos, contam-se entre os presos políticos 13 colombianos, 13 espanhóis, seis italianos e cinco portugueses, referiu a ONG, num balanço divulgado na rede social Instagram.
Em junho, a Foro Penal estimou que existam pelo menos 927 presos políticos na Venezuela, dos quais 758 são civis e cinco são adolescentes, com idades entre os 14 e 17 anos.
A organização afirmou ainda desconhecer o paradeiro de 52 presos políticos.
Mais de 18 mil detenções e 10 mil pessoas sujeitas a medidas restritivas da liberdade
“Além dos presos políticos, mais de 10 mil pessoas continuam sujeitas, arbitrariamente, a medidas restritivas da sua liberdade“, sublinhou a Foro Penal.
Em 28 de maio, o Governo venezuelano acusou algumas das principais ONG do país de envolvimento numa “estrutura terrorista”, cujo suposto desmantelamento levou à detenção de dirigentes da oposição.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, afirmou que as ONG Provea, Foro Penal, Médicos Unidos e Maracaibo Posible fazem parte de uma alegada estrutura que planeava “atacar” as residências e embaixadas da Colômbia, Espanha, França e escritórios da ONU, no âmbito de um plano de “boicote” às eleições regionais e legislativas de 25 de maio.
“Não nos importa que inventem que são defensores dos direitos humanos (…), é puro disparate, é mentira (…). Ninguém que se autointitula defensor dos direitos humanos pode fazer declarações que ameacem a tranquilidade de um país“, disse.
A Foro Penal é uma das ONG com maior visibilidade no país, dedicando-se a contabilizar os presos políticos na Venezuela.