O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, recebeu alta hospitalar esta quarta-feira depois de ter tido uma melhoria do quadro de anemia e de alteração das funções renais, que o levaram a ficar internado na terça-feira. Foi, ainda assim, diagnosticado com cancro da pele, explicam os médicos.
No último boletim médico do antigo líder, lê-se que Bolsonaro terá melhorado “dos sintomas e da função renal após hidratação e tratamento medicamentoso por via endovenosa“.
Porém, as análises às “lesões cutâneas” a que tinha sido operado este domingo pelo líder mostraram “a presença de carcinoma de células escamosas ‘in situ’, em duas das oito lesões removidas”. Por isso, vai precisar “de acompanhamento clínico e reavaliação periódica”.
À CNN Brasil, o médico chefe da equipa cirúrgica do antigo líder, Claudio Birolini, confirmou que as lesões operadas mostraram um “carcinoma de células escamosas”, explicando que “não é nem o mais bonzinho e nem o mais agressivo, mas, ainda assim, é um cancro da pele”
Porém, continuou, como houve uma intervenção precoce às lesões, terá de ser apenas “avaliado periodicamente para ver se outras lesões apresentam suspeitas”. “Não é caso de nenhum tratamento coadjuvante agora“, sublinhou.
Na noite de terça-feira, o filho Flávio — que também é senador do partido do pai, o Partido Liberal (PL) — anunciou que o antigo líder brasileiro tinha sido hospitalizado de urgência devido a uma “crise forte de soluços, vómitos e pressão baixa”.
Bolsonaro foi depois levado para o hospital DF Star, tendo chegado “desidratado, com elevação da frequência cardíaca e queda da pressão arterial”. Mais tarde, já nesta quarta-feira, Flavio, tinha dito na rede social X que o pai tinha melhorado “parcialmente após a hidratação e o tratamento médico”, sendo depois avaliado ao longo do dia sobre se iria ficar hospitalizado mais tempo.
Boletim médico do Presidente Bolsonaro de agora de manhã:
“O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi admitido no Hospital DFstar na tarde do dia 16 de setembro devido ao quadro de vômitos, tontura, queda da pressão arterial e pré-sincope. Chegou na emergência do hospital… pic.twitter.com/itENCwD3sl
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) September 17, 2025
Flávio Bolsonaro chegou a dizer aos jornalistas, quando o pai deu entrada no hospital, que Bolsonaro esteve alguns segundos sem respirar durante a crise de soluços e vómitos, classificando este episódio como “drástico”.
Na nota enviada pela defesa de Bolsonaro ao STF para justificar a saída da prisão domiciliária, lê-se que o antigo chefe de Estado brasileiro teve, na noite de terça-feira, um “episódio de mal-estar, pré-síncope e vómitos com queda da pressão arterial“, requerendo assim ser assistido de urgência. Já o médico pessoal do ex-presidente, Claudio Birolini, confirmou num comunicado citado pelo G1 que Bolsonaro apresentou “um quadro de mal-estar, queda da pressão arterial e vómitos”.
A saúde de Jair Bolsonaro, aos 70 anos de idade, tem vindo a deteriorar-se nos últimos meses. Esta é a terceira vez que o líder é hospitalizado desde 3 de agosto, dia em que foi decretada a prisão domiciliária no âmbito do processo em que viria a ser condenado por tentativa de golpe de Estado.
Em abril deste ano, o septuagenário foi operado de urgência aos intestinos pela nona vez para tentar resolver problemas remanescentes da facada que sofreu na campanha presidencial de 2018, na qual viria a ser eleito Presidente do Brasil. Na sequência dessa cirurgia, ficou internado durante três semanas — chegando mesmo a ser notificado das suas acusações pelo STF durante uma transmissão ao vivo e em direto, a que assistiu a partir do quarto dos Cuidados Intensivos.
Notícia atualizada às 19h25 com a informação da alta hospitalar e do diagnóstico de carcinoma