Os Estados Unidos vetaram nesta quinta-feira uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que pedia um cessar-fogo imediato em Gaza e exigia que Israel suspendesse todas as restrições à entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.
A resolução, da autoria dos dez membros não-permanentes do Conselho de Segurança, recebeu 14 votos a favor e apenas o veto dos EUA, que, como membro permanente, tem o poder de impedir este órgão da ONU de actuar. A anterior votação do Conselho de Segurança sobre a guerra em Gaza ocorreu a 4 de Junho, quando os EUA vetaram um projecto de resolução semelhante, também apresentado pelos dez membros não-permanentes.
O projecto agora rejeitado exigia a suspensão imediata e incondicional de todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza e que Israel garantisse a distribuição segura e sem entraves à população que dela necessita. O texto também pedia um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente, e a libertação incondicional, digna e imediata de todos os reféns mantidos pelo Hamas e por outros grupos armados.
O mesmo documento solicitava ainda ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que apresentasse um relatório ao Conselho, no prazo de 30 dias, sobre a implementação da resolução. As discussões sobre este projecto de resolução começaram no final de Agosto, em resposta à declaração oficial da ONU sobre um cenário de fome no território palestiniano, devastado por um conflito que dura há quase dois anos.
Ainda antes da votação, Washington já tinha avisado que iria votar contra, argumentando que o texto proposto não condenava o grupo islamita palestiniano Hamas. Washington apelou ainda a que os restantes membros votassem contra o projecto.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas a 7 de Outubro de 2023, que causaram cerca de 1200 mortos e mais de duas centenas de reféns. A retaliação de Israel já provocou mais de 65 mil mortos, a destruição de quase todas as infra-estruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas. Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.