No comunicado em que anunciou a manutenção do valor destas taxas diretoras, o Conselho do BCE refere que está “pronto para ajustar todos os instrumentos à sua disposição para garantir que a inflação se estabiliza na meta de 2% no médio prazo”.
Num comunicado publicado na página oficial, o BCE reconhece que a economia “tem-se revelado resiliente”, refletindo em parte os anteriores cortes das taxas de juro. No entanto, o BCE sublinha que “o ambiente permanece extremamente incerto”, especialmente devido às tensões comerciais com os Estados Unidos.
“No primeiro trimestre, a economia cresceu mais do que o esperado, em parte devido ao aumento das exportações e ao consumo e investimento mais fortes”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em conferência de imprensa em Frankfurt.
Telejornal, 24 de julho de 2025.
“Ao mesmo tempo, tarifas mais altas na Europa e a incerteza geopolítica persistente fazem com que as empresas fiquem mais reticentes em investir”, acrescentou.
Desde junho de 2024 que o BCE tem invertido o seu ciclo de restrição iniciado dois anos antes para combater a subida de preços, tendo a taxa de depósito passado de um recorde de 4,0% para 2,0%, um valor que não é considerado prejudicial para a economia.
A decisão de manter as taxas de juro acontece depois de oito cortes nos juros no espaço de um ano. A duração da paragem vai depender principalmente dos efeitos das tarifas norte-americanas no crescimento económico da zona euro. Neste momento, os juros estão no nível mais baixo desde o final de 2022, com a inflação controlada e estabilizada em torno dos 2%.
Lagarde, tem repetido que o contexto internacional é o maior risco para a estabilidade monetária e que a decisão sobre os juros será feita reunião a reunião. A próxima está marcada para setembro.