Já esta sexta-feira, a oeste da Cidade de Gaza, o palestiniano Sami Baroud, de 35 anos, disse à AFP “bombardeamentos implacáveis ​​e intensos”. “A nossa vida tornou-se nada mais do que explosões e perigo”, afirmou num relato feito por telefone, segundo a agência de notícias.

“Perdemos tudo – as nossas vidas, o nosso futuro, a nossa sensação de segurança. Como posso sair se nem sequer tenho dinheiro para pagar o transporte?”, questionou o palestiniano.

“A qualquer momento esperamos que um míssil caia sobre nós. Os meus filhos estão aterrorizados e eu não sei o que fazer”, relatou, por sua vez, Umm Mohammed Al-Hattab, de 49 anos, mãe de sete filhos, com quem vive em tendas a oeste da Cidade de Gaza.

Na terça-feira, o porta-voz militar israelita Effie Defrin, citado pela agência EFE, admitiu que vão ser precisos “vários meses” para conquistar totalmente a cidade de Gaza.

Calculamos que tomar o controlo da cidade e dos seus centros de gravidade levará vários meses; e mais alguns meses até que esteja completamente destruída, ou talvez ainda mais”, afirmou Defrin, dando a garantia de que a operação irá prosseguir até serem atingidos “os objetivos da guerra”.

A ofensiva na Faixa de Gaza foi desencadeada na sequência do ataque de 7 de outubro de 2023 do Hamas em território israelita, que fez cerca de 1200 mortos, na maioria civis. Em resposta a este ataque, os bombardeamentos e ataques israelitas contra o enclave palestiniano já causaram mais de 65 mil mortos em Gaza, em grande parte civis, segundo o ministério da Saúde do território, sob autoridade do Hamas.