Um inquérito europeu realizado pela ONG internacional ‘Make Mothers Matter’, em colaboração com a Kantar, deixou uma imagem sombria sobre a crise silenciosa que afeta as mães portuguesas, mas também as europeias. Em Portugal, 81% das mães referiram estar sobrecarregadas, sendo que quase metade (47%) reportou problemas de saúde mental, como ansiedade (com 36%), depressão ou burnout.
A nível europeu, o estudo ‘Estado da Maternidade na Europa 2024’ – com as experiências de 9.600 mães de 12 países europeus (Bélgica, República Checa, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Polónia, Portugal, Eslováquia, Espanha, Suécia e Reino Unido) – salientou que 78% das mulheres reconheceram-se sobrecarregadas e mais de metade relatou problemas de saúde mental.
De volta à realidade nacional, 45% das mães indicaram que o seu papel não é reconhecido pela sociedade (face à média europeia de 41%): em Portugal, 73% das mães continuam a assumir e a organizar as tarefas domésticas, seja qual for a situação profissional, mais do que os 70% a nível europeu. Ou seja, sete em cada 10 mães são responsáveis por satisfazer as necessidades físicas, emocionais ou educacionais dos seus filhos.
A nível profissional, 13% das mães reduziu as horas de trabalho, sendo que 36% das inquiridas relatou ter mudado o estatuto profissional depois do parto. Apenas 37% das mães portuguesas indicou ter tido benefícios no regresso gradual à vida profissional, sendo que 58% conseguiu adaptar as horas de trabalho – 22% têm acesso a teletrabalho.
Nesse propósito, 49% das mães em Portugal está insatisfeita com a duração da licença de maternidade (face aos 29% europeu) e 54% estão satisfeitas com os apoios dados durante esse período.