Há pouco mais de três anos, a sombra da guerra regressou à Europa. As primeiras tropas russas cruzaram a fronteira da Ucrânia no final de fevereiro de 2022 e, desde então, entre militares e civis, centenas de pessoas têm morrido diariamente no leste europeu. No ano seguinte, a 7 de outubro, mais de mil israelitas foram mortos num ataque sangrento conduzido por membros do Hamas, despertando uma nova vaga de combates e bombardeamentos num conflito que dura há quase um século. Nestes quase três anos de guerra, as autoridades palestinianas dizem que já morreram quase 65 mil habitantes da Faixa de Gaza.
Perante estes dois conflitos em curso, a população mundial encontra-se cada vez mais polarizada. O apoio à Ucrânia reina na Europa, sendo poucos os Estados que se colocam do lado da Rússia. Já em relação ao Médio Oriente, os ataques e incursões de Israel na Faixa de Gaza têm merecido constantes críticas à medida que a guerra se alastra — e, no plano diplomático, deverá estar para breve o reconhecimento do Estado da Palestina na Assembleia-geral das Nações Unidas, no final de setembro. Israel continua, ainda assim, a receber total apoio de vários países europeus e dos Estados Unidos da América.
Mas como é que os portugueses se posicionam sobre estes temas? Apoiam maioritariamente algum destes Estados ou preferem manter-se neutros perante os conflitos? E, com a guerra na frente leste da Europa, será que Portugal deve investir mais no setor da Defesa para estar preparado para um eventual conflito generalizado no continente? Estes e outros dados surgem no inquérito feito em parceria com a Netsonda, sobre Guerra e Segurança. Cruzando informação recolhida em seis regiões do território continental (Grande Lisboa, Grande Porto, Litoral Centro, Litoral Norte, Interior Norte e Sul), e analisando as respostas dadas pelas diferentes gerações, estes são os principais resultados.
Com um conflito em curso a 4 mil quilómetros de distância de Portugal, 76% dos inquiridos admitem estar preocupados com os atuais cenários de guerra. A preocupação é maior entre as mulheres que responderam ao questionário, com 51% a manifestarem uma grande inquietação com esta realidade, onde apenas 34% dos homens dizem o mesmo. Esta tendência verifica-se noutras questões que foram colocadas sobre diferentes cenários, como terrorismo, por exemplo. Metade da população masculina admite estar preocupada com a possibilidade de ataques terroristas em solo nacional, mas a percentagem cresce para os 70% quando a mesma questão é colocada às mulheres.
Na mesma lógica de preocupações — como se sente perante diferentes tipos de ameaça —, apenas 48% das pessoas que responderam à Netsonda revelam temer o regresso de uma pandemia. De todos os cenários apresentados, este é o que menos preocupa a população. Contudo, cruzando os dados com as idades dos inquiridos, percebemos que a realidade pandémica atinge as gerações mais velhas com maior significância. Se 38% dos inquiridos que pertencem à Geração Z referem sentir-se preocupados com uma situação semelhante à vivida entre 2020 e 2023, o número sobe para mais de metade quando se olha para aqueles que têm mais de 45 anos.
As catástrofes naturais e os extremos climáticos também são motivo de uma grande preocupação da população. Muito à semelhança das outras questões, preocupam especialmente 80% das mulheres e 65% dos homens. De uma forma geral, estes eventos são motivo de inquietação para 73% da população inquirida, numa altura em que as alterações climáticas estão cada vez mais sob os holofotes mediáticos.
A fechar o pódio estão os ciberataques, com 74% dos inquiridos a manifestarem alguma preocupação com o assunto. Quando a Península Ibérica ficou às escuras, no final de abril, a primeira hipótese levantada por muitos portugueses foi precisamente a de que um ciberataque que teria afetado a rede elétrica nacional. Chegou a circular uma alegada notícia da CNN Internacional a indicar que teria sido a Rússia a causar os estragos sentidos no fim da manhã do dia 28 de abril, antes de essa informação ser desmentida.
Ainda assim, a hipótese foi levantada e, de acordo com o antigo diretor do Instituto Diplomático José Freitas Ferraz, isso significa que “as pessoas estão atentas ao cibercrime”. Numa altura em que são constantes as notícias sobre esquemas online ou chamadas telefónicas a propor oportunidades de emprego demasiado boas para serem verdade, a preocupação dos inquiridos sobre este tema — apesar de não ser uma realidade tão prevalente como é, por exemplo, no leste da Europa — continua a ser uma ameaça em ascensão.
No meio de conflitos e ameaças terroristas, o cenário que convoca maior preocupação na população é, na verdade, o aparecimento de uma nova crise económica. “As crises económicas têm sido, de uma forma muito constante, a maior preocupação dos europeus e a maior preocupação dos portugueses”, destaca a antiga secretária de Estado da Defesa Nacional. Estas são a maior fonte de preocupação dos inquiridos, com 86% a colocar as crises económicas em primeiro lugar.
É uma preocupação transversal, que afeta dos mais novos aos mais velhos, de norte a sul do país e em qualquer escalão de rendimento. 82% daqueles que recebem mais de 3 mil euros por mês manifestam a sua preocupação relativamente a este cenário, em comparação com 81% dos que têm rendimentos mensais inferiores a mil euros.
Por todos estes motivos — e possivelmente outros que não foram discriminados neste inquérito —, a maioria dos participantes (68%) considera o estado atual do mundo “mau” ou “muito mau”. “O que serve para os Millennials ou a Geração Z indicarem o estado do mundo como mau, é diferente do que serve aos Baby Boomers”, indica a especialista. Essas perceções distintas também se comprovam analisando as respostas de cada uma destas gerações sobre o estado do mundo. Os Millennials (70%) e a Geração X (73%) são os que se encontram mais preocupados com a situação atual, comparativamente com a Geração Z (55%) e os Baby Boomers (64%).
Portugal é um país seguro, de acordo com os inquiridos. A grande maioria das pessoas que responderam ao questionário da Netsonda (80%) revela sentir-se totalmente ou geralmente seguros em qualquer região do país. Os dados são transversais a qualquer faixa etária ou escalão de rendimento, mas nota-se ainda algumas discrepâncias relativamente às perceções de insegurança sentidas em Portugal.
Ao longo do último ano, tem-se repetido o termo “perceções” associado ao crime e à falta de segurança nas grandes cidades portuguesas. É utilizado de forma recorrente por figuras políticas, mas as autoridades acabam por remeter para os números. Ao Observador, no início deste ano, o presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) considerava que os dados relativos a 2024 sobre a criminalidade na capital contrariavam estas “perceções”.
Segundo Francisco Rodrigues, “certos partidos utilizam o tema da criminalidade como forma de arremesso político”, uma ideia apoiada também pelo antigo diretor do Instituto Diplomático José Freitas Ferraz. “O ruído político-mediático choca de frente com a realidade”, diz o ex-embaixador, reforçando o papel dos partidos na instalação das “perceções de insegurança”. De acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna, a criminalidade violenta e grave diminuiu no distrito de Lisboa em 2024, havendo uma descida de 7,6% de todas as denúncias participadas neste ano.
Contudo — e como sublinhou ainda o presidente do OSCOT —, isso “não quer dizer que está tudo bem”. Apesar de, na sua generalidade, as pessoas se sentirem seguras em Portugal, outras regiões do país externas à capital registam um aumento substancial das ocorrências graves. Santarém, Castelo Branco e Portalegre foram os distritos que viram o maior aumento de participações de crimes graves em 2024 e, nos dados do inquérito da Netsonda, as regiões Sul e Centro revelam as maiores percentagens de residentes que se sentem pouco ou nada seguros nos respetivos territórios (24%).
De uma forma mais geral, as mulheres que responderam ao inquérito confessam sentir-se menos seguras que os homens: 24% da população feminina admite sentir-se pouco ou nada segura em Portugal; e, em contrapartida, apenas 17% dos homens reportam um sentimento semelhante. Também aqueles com rendimentos mensais mais baixos dizem sentir-se menos seguros em Portugal do que as classes mais altas. São 33% das pessoas com rendimentos até mil euros por mês que referem sentir-se pouco ou nada seguros no país e apenas 12% dos que recebem mais de 3 mil euros.
“A perceção de segurança não é só em relação ao mundo, mas sim ao imediato. E também pelo quadro das notícias e das redes sociais, a noção de segurança da mulher no dia-a-dia em relação a furtos, a assédios, à violência verbal e física é muito maior que a dos homens”, destaca a antiga secretária de Estado da Defesa Nacional Ana Santos Pinto, ligando a resposta das mulheres ao contexto do dia-a-dia, ao invés do contexto militar internacional.
A especialista em assuntos de segurança distingue, também, a questão da perceção da população e os dados concretos. “Não há dados que indiquem que a população portuguesa não se sinta segura”, reforça Ana Santos Pinto, referindo que, muitas vezes, os comentários relativos à insegurança no país são recolhidos em “situações de pressão securitária”. “Vemos um assalto, vemos uma situação violenta, e depois, nesse contexto, pergunta-se às pessoas se elas se sentem seguras ou não”, acrescenta, indicando que quando a população se encontra livre desta “pressão”, na sua generalidade, as pessoas “sentem-se seguras”.
Quando comparado com o resto do continente, 59% dos inquiridos acreditam que Portugal é mais seguro que os restantes países europeus. Os mais jovens, no entanto, têm mais dúvidas. Entre os 18 e os 28 anos, os portugueses distribuem-se igualmente entre os que pensam que a segurança em Portugal é superior a outros países na Europa, mas outros 45% afirmam que é apenas igual, não havendo qualquer diferença em relação ao ambiente de segurança noutros Estados. As gerações mais velhas são mais assertivas nas respostas e notam uma grande diferença entre a realidade portuguesa e a europeia. Quase de forma unânime (95%), os participantes no estudo acreditam que Portugal não é menos seguro que outros países na Europa.
Quando começaram as diferentes gerações?
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Geração Z — 1997 a 2012
Millennial — 1981 a 1996
Geração X — 1965 a 1980
Baby Boomers — 1946 a 1964
“Quanto mais velho, mais se valoriza o espaço em que se está e aquilo que se chama a segurança das redes de contacto próximo”, explica Ana Santos Pinto, remetendo para a diferença nas perceções evidenciadas entre a população mais jovem e a mais velha. Dos 18 aos 28 anos, a especialista esclarece que, sendo uma geração que “tem cada vez mais experiências”, que vê nas redes sociais e na comunicação social aquilo que se passa noutros países — ou até através de viagens mais curtas —, chegam à conclusão de que não há uma grande diferença entre o contexto nacional e o europeu.
Apesar de geralmente seguro, Portugal não está propriamente isento de ameaças bélicas. E, numa altura em que as tensões não parecem diminuir nos países em conflito, os inquiridos acreditam que mais vale estar prevenido que, depois, sofrer as consequências da falta de preparação para agir. 62% dos participantes no inquérito da Netsonda consideram que o Governo deveria gastar mais dinheiro em Defesa. “Quando as pessoas pensam no investimento neste setor, pensam no Ministério da Defesa, na despesa militar, em meios humanos e em armamento”, refere o antigo embaixador José Freitas Ferraz.
Este dado é “consistente”, como afirma ao Observador a antiga secretária da Defesa Nacional Ana Santos Pinto. Tanto no inquérito da Netsonda, como no Eurobarómetro de primavera deste ano, e ainda num inquérito realizado pelo Instituto de Defesa Nacional em 2021, a questão do orçamento da tutela revela sempre a mesma resposta: é preciso investir mais. “A posição da população portuguesa nunca foi de rejeição ou retração ao investimento em matéria de segurança e defesa, porque reconhecem o valor social e a importância das Forças Armadas e, de uma forma alargada, também das Forças de Segurança, na sociedade portuguesa, e reconhecem que existe uma diminuição não só das capacidades — como os próprios equipamentos estão em condições mínimas para funcionar”, diz a especialista.
Mas será que esta posição mais favorável ao aumento do investimento na Defesa surge devido às ameaças externas que se têm colocado ao longo dos últimos anos, ou estará mais relacionada com assuntos de segurança interna? Para Ana Santos Pinto, “essa fronteira já não existe”, uma vez que “o tipo de capacidades que são utilizadas para ambos os meios são de duplo uso”, ou seja, podem ser utilizadas tanto interna como externamente. “Aliás, esse é o programa que sustenta a capacidade de financiamento através do orçamento da União Europeia, porque a UE só pode financiar capacidades de duplo uso”, acrescenta.
“Aquilo que era o cenário de conflitualidade no século XX é diferente do atual, nos primeiros 20 anos do século XXI, e tendencialmente será cada vez mais diferente. E, portanto, isso torna os equipamentos mais caros, porque são mais tecnológicos e exigem maior investimento, mas ao mesmo tempo diminui este diferencial entre o que se aplica apenas à segurança externa ou à defesa, e o que se aplica à dimensão interna”, continua.
Numa outra ótica — e sempre olhando para o contexto mundial —, 51% da população que respondeu ao inquérito é contra o regresso do serviço militar obrigatório, um dado que também tem sido estável ao longo dos últimos anos. Os homens (43%) acabam por ser mais favoráveis do que as mulheres (28%), mas é entre gerações que se sente a maior diferença. Na Geração Z, os mais jovens, apenas 20% desejam o regresso do serviço militar obrigatório, enquanto nos Baby Boomers este universo sobe para 56%. Porquê essa diferença? “Porque foram os que fizeram serviço militar obrigatório”, explica Ana Santos Pinto.
“Temos aqui uma diferença geracional entre aqueles que estiveram na guerra colonial, que podem ou não ser mais favoráveis ao serviço militar obrigatório — que vai essencialmente até à geração que tem agora 70 e poucos anos —, e aqueles que fizeram o serviço militar obrigatório, mas não têm a experiência da guerra colonial. Esses são os mais favoráveis ao serviço militar obrigatório, porque é um serviço militar obrigatório transicional, ou seja, com esta lógica da preparação muito mais social do que a preparação para o conflito”, refere a especialista em assuntos de defesa nacional.
Com a guerra na Ucrânia ainda muito presente na vida dos europeus, ao fim de mais de três anos e meio de conflito, a União Europeia questionou os cidadãos dos seus Estados-membros sobre o impacto que este conflito está a ter no seu quotidiano e várias outras questões relacionadas com o tema. No Eurobarómetro de primavera deste ano, foram abordados diferentes aspetos, mas na reta final do documento de 310 páginas encontram-se as perguntas referentes a esta guerra, e aí nota-se, também, um aprofundar das opiniões dos portugueses.
Entre os inquiridos, 89% têm uma visão negativa da Rússia, 89% concordam com a aplicação de sanções económicas a Moscovo, 77% favorecem a disponibilização de apoio militar a Kiev e outros 84% apoiam a disponibilização de apoio humanitário. De uma forma geral e quase unânime, a Europa (e Portugal) apoia a Ucrânia. O mesmo reflete-se nos dados do inquérito feito pela Netsonda. 75% dos portugueses inquiridos apoiam a Ucrânia. Dos 25% que sobram, 23% não têm posição escolhida e os restantes 2% admitem apoiar a Rússia.
“Este resultado não me é nada surpreendente”, admite a antiga secretária de Estado consultada pelo Observador. “A população portuguesa está entre aquelas que mais apoia a Ucrânia a nível europeu”, acrescenta.
O outro conflito que ocupa o espaço mediático gera muito mais divisão entre os inquiridos. Todos os dias saem novas atualizações sobre o conflito em Gaza, que são sempre recebidas de forma polarizada nas redes sociais e mesmo em organizações internacionais. Esta semana, a Organização das Nações Unidas declarou oficialmente que as ações militares levadas a cabo por Israel se enquadram na definição de genocídio. Contudo, muitos intervenientes — incluindo políticos e governantes — disputam esta acusação.
A uma escala mais pequena, em Portugal, a realidade é semelhante. Com cada publicação feita sobre a flotilha humanitária que se dirige neste momento para Gaza, com o objetivo de quebrar o bloqueio instaurado pelo governo de Benjamin Netanyahu no enclave palestiniano, o movimento protagonizado por Mariana Mortágua e a ativista Greta Thunberg é, em simultâneo, apoiado e fortemente criticado por milhares de pessoas diariamente online.
De uma forma geral, os inquiridos estão preocupados com o conflito em Gaza (73%). São as gerações mais velhas, a Geração X (83%) e os Baby Boomers (82%) que mais manifestam este sentimento e, ao mesmo tempo, quem expressa um maior apoio pela causa palestiniana. Enquanto no espaço online se vê mais jovens a desejar o reconhecimento e a libertação da Palestina, o inquérito da Netsonda permite verificar que os mais velhos têm uma maior expressão no que toca a escolher um dos lados do conflito.
No total, 30% dos inquiridos apoiam a Palestina e apenas 10% apoiam Israel. Entre os Baby Boomers, o número sobe para os 44% e, no caso israelita, fica nos 14%. Esta realidade difere do que se verifica na Geração Z, onde 29% dizem apoiar a Palestina neste conflito na Faixa de Gaza e 9% apoiam Israel.
O apoio pela Palestina está muito mais enraizado em populações mais velhas, afirma Ana Santos Pinto. Para além do conflito atualmente em curso, “os Baby Boomers são aqueles que acompanham a disputa territorial e cultural com maior continuidade e que veem, nestas quase oito décadas de conflito, que existe uma comunidade que tem tido um conjunto de expectativas não cumpridas e um conjunto de intervenções militares e de indicadores de violência muito elevados”, refere a ex-secretária de Estado.
O que acontece nos mais jovens, segundo a especialista, é mais o sentimento de “uma causa entre outras causas”, acrescentando que o tema “está muito mais politizado no sentido ideológico de esquerda e de direita” — algo que não acontecia com os Baby Boomers. “A questão não se colocava neste espetro ideológico”, continua Ana Santos Pinto.
Apesar de ser um tema polarizado na nossa sociedade, existindo uma grande movimentação para um dos lados do conflito, a realidade portuguesa é mais definida por pessoas que se mantém neutrais — quando tendencialmente a postura é binária. 60% dos participantes no estudo admitem um estado de neutralidade ou, simplesmente, não têm opinião sobre o assunto. Para Ana Santos Pinto, esta ausência de tomada de posição deve-se, principalmente, ao facto de o conflito ser mais influenciado por um posicionamento ideológico prévio.
Este inquérito foi realizado pela Netsonda, em colaboração com o Observador, entre os dias 29 de Agosto e 3 de Setembro de 2025. O estudo foi realizado através da aplicação de um questionário online junto do painel Netsonda. O universo-alvo é composto por uma amostra representativa de indivíduos com 18 a 64 anos residentes em Portugal continental. Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram recolhidas 800 entrevistas online (CAWI). Esta dimensão amostral está associada a uma margem de erro de 3,46%, com um nível de confiança de 95%.