A Prefeitura de Porto Alegre vai implantar gradualmente duas novas tecnologias na área da saúde a partir de outubro: uma de monitoramento e outra para controle do mosquito Aedes aegypti.

Em dez bairros serão instaladas as armadilhas de monitoramento (ovitrampas), que permitirão acompanhar a quantidade de ovos do mosquito em cada unidade. Com o acréscimo desse novo sistema, 73% da população de Porto Alegre estarão cobertos.

Em outros quatro bairros, a tecnologia virá do projeto-piloto das Estações Disseminadoras de Larvicidas, que consiste no combate ao mosquito.

As duas novas tecnologias se somam ao monitoramento do mosquito adulto, feito desde 2012 com as armadilhas mosquitrap.

Larvicidas

Projeto-piloto do Ministério da Saúde, as estações disseminadoras de larvicidas são inéditas na cidade. No Rio Grande do Sul, apenas Porto Alegre e Rio Grande passam a ter essa inovação.

Quatro bairros da Capital receberão as armadilhas, de forma gradual:

  • Passo das Pedras
  • Bom Jesus
  • Vila João Pessoa
  • Vila São José.

As regiões também foram escolhidas por critérios técnicos e pelo histórico de casos de dengue nos anos mais recentes.

O primeiro bairro a receber as unidades será o Passo das Pedras. Na segunda-feira, 22, a vigilância ambiental vai capacitar agentes de combate a endemias e agentes comunitários de saúde para instalação dos equipamentos. A formação será no centro de saúde IAPI. As primeiras armadilhas serão instaladas no bairro Passo das Pedras em outubro, em data a ser confirmada.

As estações são potes plásticos com uma tela interna impregnada com larvicida em pó que impede o desenvolvimento da fase larval do vetor, inibindo a transformação em indivíduo adulto (mosquito). A concentração do larvicida utilizado é extremamente baixa, tornando a técnica segura para população humana e animal.

A armadilha conta com espaço para colocar água e, assim, atrair mosquitos. Quando o mosquito entra na armadilha para depositar os ovos, entra em contato com o larvicida.

Como os mosquitos buscam diferentes locais para depositar seus ovos, acabam transportando o larvicida para outros criadouros. Dessa forma, o desenvolvimento das larvas é interrompido, contribuindo para a redução da infestação de mosquitos adultos

O biólogo da Vigilância Ambiental destaca ser fundamental a colaboração de proprietários de imóveis para o bom resultado do projeto.

“As armadilhas serão instaladas por agentes de combate a endemias e técnicos da vigilância do município, que visitarão os imóveis uma vez por mês para verificar o nível de água do pote e trocar a tela impregnada com o larvicida. Semanalmente, as pessoas responsáveis pelo imóvel podem complementar o nível da água”, explica Fazolo.

O larvicida que é aplicado na tela tem princípio ativo o piriproxifem 0,5% e é inofensivo para seres humanos e animais domésticos.

Veja Também
Ovitrampas

A Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde vai instalar 132 armadilhas ovitrampas em dez bairros: Menino Deus, São João, São Geraldo, Independência, Bom Fim, Rio Branco, Ipanema, Belém Novo e Restinga. São potes plásticos com uma haste de madeira no interior.

Um produto atrai para o interior do recipiente as fêmeas, que procuram o local para a postura dos ovos. Com vistorias semanais, os ovos vão indicar a infestação na região. No bairro Menino Deus, as ovitrampas se somam às armadilhas mosquitrap.

“Uma das análises que será feita com a sobreposição das tecnologias é a da relação entre ovos postos e mosquitos adultos em circulação”, explica o biólogo Tiago Fazolo.

Os locais para instalação das armadilhas são definidos por critérios técnicos, considerando série histórica de casos de dengue e densidade populacional.

| Foto: