Na sua avaliação, quais foram as principais transformações urbanísticas da cidade nesses cem anos?

Foram inúmeras, inclusive geográficas. Esse último século já começa com uma transformação radical, que foi o desmonte do Morro do Castelo, um dos marcos da fundação da cidade, que deu origem a uma esplanada. As terras foram usadas no aterro da Baía de Guanabara. Depois, houve o Plano Agache, que remodelou boa parte do Rio. Teve também um momento de crescimento demográfico tanto em direção às zonas Sul e Zorte quanto para o subúrbio, com aberturas de vias importantes como a Presidente Vargas, até a ocupação da região da Barra da Tijuca.

O senhor diria que foram muitas mudanças?

Diria que o Rio é uma das cidades que conheço que mais passaram por modificações, até geomorfológicas, com desmonte de morros (Castelo e de Santo Antônio) e com criação de aterros (como o do Flamengo).

O que motivou tantas transformações, a seu ver?

O concreto armado, permitindo criação de estruturas mais complexas; o elevador, favorecendo a verticalização; e os automóveis (influenciando aberturas de grandes avenidas), além do empobrecimento da população (levando muita gente em direção ao subúrbio).