Kiyoshi Ota / EPA

Pedro Pablo Pichardo campeão mundial do triplo salto em Tóquio

Esteve na frente, foi ultrapassado por Andrea Dallavalle no último salto, mas ainda conseguiu reagir com a melhor marca mundial do ano.

Pedro Pablo Pichardo sagrou-se campeão mundial do triplo salto nos Mundiais de atletismo em Tóquio. É o primeiro bicampeão mundial no atletismo português.

Na final realizada nesta sexta-feira, Pichardo esteve na frente logo desde o segundo salto, quando atingiu 17,55 metros – exactamente a marca do terceiro salto.

Abdicou da quinta tentativa, a situação parecia estar controlada; apesar dos 6 centímetros que o separavam Lázaro Martínez – o cubano que só realizou saltos nulos a partir da terceira tentativa.

No entanto, surpresa em Tóquio na última ronda: o italiano Andrea Dallavalle fez o seu melhor salto de sempre, chegou aos 17,64 metros e passou para a frente.

Mas ainda faltava um salto para Pichardo: 17,91 metros, melhor marca mundial do ano e medalha de ouro.

“Who is the best? Who is the best?”, repetiu o atleta inúmeras vezes, logo após o salto, perguntando “quem é o melhor”.

Reagindo ao facto de ser o primeiro português com duas medalhas de ouro em Mundiais de atletismo (algo que não sabia, só soube quando o jornalista da RTP lhe disse), Pichardo reagiu: “Só tenho que agradecer a todos os portugueses, a toda a equipa que trabalha comigo, à minha família”.

Deixou também uma palavra especial ao médico José Gomes: tinha uma lesão muito grave há poucas semanas e recuperou a tempo graças ao trabalho do médico.

Analisando a prova, pensou que estava ganho e nem ia saltar na sexta tentativa, tal como não saltou na quinta. Mas depois apareceu o italiano; admitiu que, quando viu Dallavalle a passar para a frente, ficou “assustado porque não estava à espera”. Mais à frente, na zona mista, acrescentou que ficou “cego” nesse momento – e depois saltou (ainda) mais longe.

Já neste sábado, e depois de se ouvir o hino de Portugal, Pedro Pablo Pichardo disse à RTP que ouvir A Portuguesa foi “muito bom, muito bonito” porque “levamos o nosso país para o lugar mais alto do pódio”.

Será agora o melhor atleta de sempre? “Não sei. São modalidades diferentes. Por mim, sim. Depende do povo e das instituições competentes, que devem fazer essa avaliação”.

E deixou um desabafo: “Acho que o povo português não me vê como um dos melhores de sempre, não sinto. Se calhar tem a ver com ser atletismo, se calhar tem a ver com o facto de muitos ainda pensarem que não sou português”.

Pichardo repetiu na RTP que ainda tem o sonho de bater o recorde do mundo (18,29 metros).


Nuno Teixeira da Silva, ZAP //


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