A história e a cultura da região do Quiriri, localizada no Norte de Santa Catarina, são alguns de seus maiores patrimônios. (Foto: Divulgação)

A história e a cultura da região do Quiriri, localizada no Norte de Santa Catarina, são alguns de seus maiores patrimônios. Formada pelos municípios de Campo Alegre, São Bento do Sul, Rio Negrinho e Corupá, a área guarda uma diversidade arquitetônica que conta memórias deixadas pelos colonizadores europeus. Mas, o cenário das construções antigas também contrasta com a evolução urbana ao longo dos séculos. 

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Entre casarões antigos, igrejas centenárias e obras mais recentes, o território oferece ao visitante um verdadeiro mosaico de estilos, onde a tradição caminha lado a lado com a modernidade. Na região, é comum encontrar cenários montanhosos, com bastante natureza, e construções tradicionais. 

 Edificações típicas de imigrantes alemães e italianos, erguidas entre os séculos XIX e XX, permanecem como testemunhos vivos da adaptação desses povos às condições locais. Ao lado delas, construções mais recentes mostram como o Quiriri também acompanhou transformações, sem perder de vista as raízes culturais.

Arquitetura como memória da colonização

Uma das expressões mais emblemáticas da herança arquitetônica no Quiriri é o estilo enxaimel, técnica de origem alemã que se caracteriza pela estrutura de madeira aparente, preenchida por tijolos ou pedras. Esse método, além de prático e econômico para os colonizadores que muitas vezes tinham acesso limitado a recursos, tornou-se símbolo da identidade regional.

As casas enxaimel são documentos históricos, que revelam como os imigrantes lidaram com a realidade do Planalto Norte catarinense. Muitas delas permanecem preservadas, restauradas e utilizadas para fins culturais e turísticos. Elas atraem visitantes interessados em conhecer a história da migração catarinense. 

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Outro ponto de destaque na arquitetura do Quiriri é a presença de templos religiosos, construídos pelas primeiras comunidades. Essas edificações se tornaram marcos urbanos e moldaram a paisagem das cidades.

A Igreja Matriz de São Bento do Sul, por exemplo, conta com características da arquitetura gótica, torres imponentes e vitrais coloridos. Esses vitrais, que iluminam o interior do templo, são considerados obras de arte e atraem visitantes interessados em conhecer tanto a religiosidade quanto a estética arquitetônica.

No campo do turismo religioso, o Monastério Trapista Nossa Senhora da Boa Vista é um dos destinos que chamam a atenção. Além de ser espaço de contemplação e espiritualidade, o espaço preserva tradições monásticas, e também, é usado para a produção artesanal de chocolates, feita pelas monjas. Já o Seminário Sagrado Coração de Jesus também é um destino muito procurado, e ajuda a contar a história da  formação religiosa na região.

Patrimônio histórico na Estrada Dona Francisca

A Estrada Dona Francisca é outro elemento que conecta o patrimônio arquitetônico à memória coletiva. Reconhecida como a segunda via carroçável do Brasil, ela foi fundamental para o desenvolvimento econômico da região. Durante décadas, foi rota obrigatória para conectar os estados de Santa Catarina e Paraná.

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Ao percorrer esse trajeto, o visitante encontra construções antigas, pontes e paisagens que contam as técnicas de engenharia da época. A estrada é considerada patrimônio cultural, pois representa o avanço da infraestrutura no século XIX e a capacidade de integração entre regiões vizinhas.

Engenharia e turismo sobre trilhos

Em Rio Negrinho, a relação entre arquitetura, história e turismo está presente na Maria Fumaça. O Trem da Serra do Mar, inaugurado em 1995, é reconhecido como o único veículo a vapor do país que percorre trechos de serra em funcionamento regular.

O trajeto de 60 quilômetros é uma viagem ao passado, onde os visitantes podem observar as belezas da Mata Atlântica e as obras de engenharia que sustentam a linha férrea, como túneis e viadutos.

Descubra: Destinos do Quiriri – 3º Episódio | 2ª Edição