A discoteca Kremlin, situada na zona de Santos, em Lisboa, encerrou a 12 de setembro por tempo indefinido. Segundo o “Jornal de Notícias”, a decisão foi tomada devido a um processo no Tribunal Judicial de Lisboa. A queixa foi movida por sete moradores locais que se queixavam do ruído excessivo.

“O stress provocado pelas sucessivas noites sem dormir dificulta não só a manutenção de uma vida sexual saudável, como a própria possibilidade biológica de conceber uma vida”, disse uma das queixosas, aqui citada pelo “JN”.

Para tomar a decisão, o tribunal teve em consideração relatórios de medição de som, além de depoimentos de outros moradores. Comprovaram, desta forma, que o ruído ultrapassava os limites permitidos pela lei.

Nas redes sociais, o Kremlin avisou que vai estar “encerrado temporariamente para melhorias do espaço”. E acrescentou: “Este é apenas um intervalo necessário para que possamos continuar a oferecer uma experiência cada vez mais agradável e acolhedora para todos vocês”.

A nota conclui: “Agradecemos a compreensão e a confiança de sempre. Este esforço é dedicado a manter o padrão de excelência que vocês merecem, permitindo-nos continuar a receber-vos com a mesma paixão de sempre. O nosso objetivo é estar de volta em breve, prontos para atender às vossas expectativas e proporcionar momentos especiais”.

A discoteca no número 5 das Escadinhas da Praia, em Lisboa, nasceu em 1988 e foi especialmente marcante ao longo da década 90. Manteve-se em funcionamento até 2011, data do encerramento que se supunha definitivo. Mas não foi assim. A 2 de junho de 2016 abriu novamente as portas, com outra gerência, mas sob a concessão dos donos originais. Por lá, mudou a música — ainda eletrónica, mas adaptada às novas tendências. No entanto, o ambiente manteve-se: era possível dançar entre paredes e arcos de pedra do antigo convento que ali se erguia.