“Total apoio e solidariedade”. Depois de várias notícias que ofereciam alegados pormenores sobre a saída de Bruno Lage do comando técnico do Benfica, os encarnados decidiram emitir um comunicado onde dão a própria versão dos factos e garantem que todo o processo decorreu com o total conhecimento e conivência do treinador.

Numa curta nota em três pontos, divulgada este domingo, o Benfica indica que decidiu reagir “em face das sucessivas informações falsas que têm vindo a ser divulgadas no espaço mediático”. Em seguida, refere que Bruno Lage “contou sempre com o total apoio e solidariedade da estrutura do clube durante todo o período em que exerceu funções” e garante que “todas as decisões relativas ao mercado e à organização desportiva foram tomadas com o seu conhecimento, aval e concordância”, recordando que o treinador reconheceu isso mesmo publicamente.

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Por fim, o Benfica afirma que “a decisão de rescisão do contrato foi tomada exclusivamente pelo presidente do Sport Lisboa e Benfica, em articulação com a respetiva Comissão Executiva da Benfica SAD, sempre na defesa dos superiores interesses do clube”. Por fim, os encarnados defendem que “qualquer outra consideração sobre este processo é objetivamente falsa e constitui um lamentável exercício de difamação”.

O comunicado do Benfica surge na sequência das declarações de Luís Miguel Henrique, advogado de Jorge Jesus que está a representar Bruno Lage no processo judicial referente à passagem pelo Botafogo, mas que não está envolvido na rescisão com os encarnados. “A única coisa que o Bruno Lage pediu, antes das férias pessoais, era um documento que assegurasse que até ao dia 30 de setembro o Benfica não o demitia. E que não tinha problema nenhum em que, no dia seguinte às eleições, seja o Rui Costa ou outro candidato a ganhar, se não o quisessem, não queria dinheiro nenhum do Benfica”, começou por dizer, na CMTV.

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«Não sou advogado do Bruno em relação a nada com o Benfica, porque não concordo com nada o que está a ser feito. Só trato com lealdade quem me trata com lealdade. Tudo isto foi um tratamento desleal. Antes das férias, o Rui [Costa] deu a entender que sim. O Bruno chegou de férias e afinal já não. E ele teve a certeza de que, na semana seguinte em meados de julho, as coisas iam correr mal ao primeiro desaire […] Por causa disto tudo de deslealdade, não concordo com nada do que o Bruno está a fazer ao Benfica. Nunca vi um treinador ser tratado de forma tão má, com tanta deslealdade e a deixar em cima da mesa 90% do valor do seu contrato”, acrescentou o advogado.